segunda-feira, 21 de junho de 2010

Será que sou adotada?

Essa era uma da muitas fantasias da minha infância. É, sempre tive uma mente inquieta e pouco ajustada à realidade. Sempre podia ter algo a mais, em qualquer coisa. Meu vestido lindo, não podia ser só de pano! A lata enferrujada, que guardava a chave de reserva para entrar em casa, lá no canto do pátio, era um portal. (Não eu não conhecia esse termo. É muito mais recente que a minha infância!) Ontem essa pergunta se manifestou de novo. Minha mãe chegou para o almoço carregando três sacolas de mercado. Todas cheias e pesadas. Que-que-é-isso-mãe? "Nessa aqui, tem risoto!" Explicado porque chegou tão tarde! Ficou na fila do risoto da igreja! Dentro da sacola três (TRÊS!) embalagens com risoto suficiente para uma semana! Quanto risoto, mãe! "Ah! Eu sei que vocês gostam!" Como assim (me-perguntei-eu-para-mim-mesma)? A gente só compra para "ajudar". A gente só compra uma (UMA) concha de arroz. E principalmente, a gente só come depois que eu jogo pimenta, azeite, ervas e muuito, muito queijo. "Na semana passada vocês encontraram a Dona Rosa e elogiaram tanto o risoto!" A primeira parte é verdade. A vizinha dela é a responsável pelo risoto da igreja. Mas, queria que a gente falasse o quê? Olha, Dona Rosa, dessa vez, a gente só vai comprar a ficha, tá? Porque encarar aquela papa de arroz sem gosto que vocês fazem... É dose! E vamos combinar, o almoço de domingo merece comida melhor! Que elogio eu devo ter dito? No máximo um Que bom! Vamos aparecer! junto com um Deve dar muito trabalho,né? É um mistério para explicar. Como um simples encontro de corredor resultou em seis conchas risoto na minha geladeira!

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