sábado, 30 de janeiro de 2010

Jogos à beira mar

Andando para lá e para cá na praia (é a única coisa que faço) fiquei observando um jogo muito exótico! É praticado pelos hermanos argentinos que demonstram muita empolgação em cada lance. Para quem passa parece apenas um lançamento de bolachas de chope gigantes feitas em madeira. Cada jogador fica com uma pilha dessas rodelas na mão e joga. Logo em seguida vem os gritos! Mas foram superados pelos gringos de Caxias do Sul que estavam na outra ponta da praia. Esses foam muito criativos! Estavam jogando bocha sem cancha! (E gritavam muito mais!!!)

Ainda bem que eles te amam! Imagina se te odiassem!

Há uma promoção para casais com mais de um filho. Explica-se facilmente porque há tantas crianças no hotel. E se ve cada coisa! As refeições são perigosas. Descobrimos no primeiro dia. Agora, nosso café é as 7:oo, logo que abre o refeitório. Somos nós e três casais de idosos. A janta é o mais tarde possível, mas para o almoço não tem solução. Hoje ficamos ao lado de um gentil casal, pais de um menino de nove e uma menininha na terrível fase dos três anos. Solução da amorosa mãe para controlar a criancinha: “Fica quieta! Para de chorar porque senão vou chamar uma mulher bem feia lá na praia que vai te carregar para o mar!” E no sequência, o maninho auxilia: “É ! E ela nunca mais vai te trazer de volta! Nunca mais!” E o pai dessas crias? Calado, comendo e bebendo. Nem era com ele!

Não sou o máximo. Ainda bem!

A constatação é a mesma da época do colégio: sempre tem alguém pior! Nunca fui boa nos esportes, mas sempre tinha alguém pior. E isso lá é consolo para fracasso? É sim! Não sou a mais branca, nem a mais flácida, nem a mais lerda, nem a mais estranha. Meus óculos são eclipsados pelo lencinho no pescoço de uma mulher relativamente nova (com certeza não chegou nos 40). Durante a manhã do primeiro dia achei que era a camiseta do marido que ela estava carregando e resolveu amarrar no pescoço. De tarde era um pano rosa, tipo echarpe, em várias voltas. No outro dia, pela manhã, foi uma bandana (tipo as que os labradores chiques usam) e de tarde era um lenço quadriculado em verde oliva e verde claro. Fiquei imaginando que cicatriz horrível ela deve ter no pescoço. Juro, qualquer marca exposta chamaria menos atenção...

Gente estranha? Oi! Faço parte!

Já deu para conhecer de vista as pessoas que circulam na praia. Ficam sempre nos mesmos locais e algumas são figuras no mínimo ímpares. Pode parecer inadequado comentar a estranheza alheia quando se usa óculos que não são de sombra numa praia. É verdade. Sou a única a usar óculos de lente transparente. Nos seis kilometros de caminhada, nem na ida nem na volta, ninguém mais estava usando óculos de grau! Nem a mais velha das velhas! Só eu!

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Mudanças de hábito

Nos últimos dois anos não ficamos muito tempo nas praias do sul e, por isso, foi possível notar logo na chegada algumas mudanças. A atividade imobiliária transformou a praia quase deserta. Quando chegamos foi inevitável lembrar Zeca Baleiro (Lembra aquela praia ... Pois é degringolou!) Mas a nossa prainha não tem tanto gringo assim! Los hermanos andam mal mesmo... Outra mudança impressionante foi o horário de praia. As pessoas chegam mais cedo pela manhã e , à tarde, muitos só aparecem depois das 16:oo horas! Agora, as famílias ficam até escurecer. Nos três quilômetros de praia, ao entardecer, há tanta gente andando que parece haver duas romarias se deslocando em direções opostas. Parece que as propagandas de prevenção ao câncer de pele estão dando algum resultado!

Há diferentes formas de interpretar uma história

Ela estava muito feliz. Foi comprar velas aromáticas em uma loja de artesanato e foi reconhecida como alguém de muita luz! A dona da loja até perguntou se ela não era médium! Sim, porque espiritualizada ela devia ser. Não sei o que é ser "espiritualizada" e reconheço como alguém da luz, os homens da camionete que vem acionar o disjuntor do transformador ou desembaraçar os fios depois das frequentes tempestades que temos sofrido.
A explicação dela é a própria paz interior que experimenta nesse momento. A minha segue outras trilhas:
a) A mega-saia de batik em roxo e azul, acompanhada da bata de algodão e renda com um crucifixo pendurado no pescoço;
b) A cabeleira lisa e escorrida, sem corte, nem tinta - equivalente às das mais fundamentalistas Testemunhas de Jeová ou sei lá que outra religião;
c) A exaltação frente à preteleira de incenso e a leitura do mantra do dia fixado na parede;
d) Ter comprado cinco velas de aromas entre jasmim e erva cidreira com pesos que ultrapassam 300 gramas!
Precisa mais para ser reconhecida como uma pirada? Especialmente por uma esperta dona de loja?

Beleza grega monótona!

Tenho pena das gerações passadas. Imagina crescer em um mundo onde as histórias da mitologia grega eram o máximo! Pobre gente! Baixei dois livros clássicos sobre mitologia grega. (Referências consideradas importantes, essenciais para o conhecimento do tema!) Já estou no segundo porque não consegui terminar de ler o primeiro. As histórias (as ideias) em si são interessantes, mas que narrativas mais cansativas. Os redatores se empenham em destacar as belezas sobre humanas e o resultado é muito pobre. A descrição de qualquer ninfa se resume a belíssima entre as belas e o que aparece em um mito é praticamente repetido na outra página. Fica muito, muito chato! Contar história realmente não é fácil.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Novo conceito para recreação infantil?

Foi engraçado mas muito estranho! Um bando de crianças cercando em travesti que dispava os mais loucos impropérios para os pais que se aproximavam. Do tipo: "Tá con inveja? É? Por isso tá olhando tanto beiçuda?" Oh, seu filho dum cão com jumenta, segue tua trilha e saia da minha frente!" Vale registrar que o performer era o maior dos recreacionistas, um mulato de 1,90 de altura, que na ocasião vestia um tubinho de cetim vermelho muito bem cortado, com meia lurex e um sapato preto de plataforma. Sem falar na maquiagem compelta e perfeita que incluía cíclios postiços e uma peruca chanel. Deu para rir, principalmente porque não tenho mais criança pequena! Porque dá uma certa dúvida sobre o tipo de recreação que as crianças podem ter com um tio travesti ...

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Para onde vão as histórias


Uma boa historia tende a ser contada e recontada. Agora, de volta à normalidade (?), ou pelo menos de volta à sobriedade, vou me dedicar à minha mais nova estranha obsessão: encontrar a história dos cíclopes. Não qualquer história. Exatamente aquela que eu lembro. Porque eu não inventei essa de benefício e perda. Eu li (porque ninguém, nem em casa nem no colégio, contava coisas assim). Só que aparentemente tal históra não existe! Vasculhei o google e não achei! E eu soi boa nisso de vasculhar... A história é boa! Por que deixou de ser contada? Lembrei do romance "A Sombra do Vento" de JCarlos Luiz Zafón. O misterioso labirinto onde ficam guardados os livros que ninguém le mais... Meus cíclopes devem estar lá!

Eu não goso de música sertaneja

Pode ser folha, flor, caule ou raiz! Não adianta, não gosto, não gosto mesmo de música sertaneja. Já tive que aturar Heloisa Meireles durante a viagem, com aquele som repetitivo repicando nos meus ouvidos. Tive que ouvir dois cds de Pena Branca e Xavantino, e já estava de saco tão cheio que até a Canção do Arcoíris foi um inferno! Agora, no único lugar onde o wireless está funcionando, a música ambiente é uma coisa sertajena atrás da outra. Não sei e não quero saber de quem é ou o que diz a música, mas está difícil de ignorar. Porque uma coisa é "abstrair" música ambiente, outra é "não ouvir" o coral de desafinados que, na mesa do lado, uiva o refrão e ainda faz dancinha. Detesto "dancinha sentada"! Quer dançar? Então levanta e se sacode à vontade! Ficar gingando sentado, fazendo as cadeiras rangerem é dose! Falando em dose, acho que vou pedir mais uma caipirosca! Pode ser que fique surda (além de bem bêbada)!

Meu sonho de consumo

Agora sob a sombra fresca e ao saber de uma caipirosca começo ter fantasias estranhas. Ao imaginar o quanto estará ensolarado o dia de amanhã me imagino saltitando ondinhas sob a densa proteção de uma burca. Já meio bêbada, cheguei a mais uma conclusão inútil. Eu devia frequentar a praia de burca. Porque me expondo ao sol, a única coisa que consigo a curto prazo é queimadura de pele. ( A longo prazo, sabe-se lá o que me reserva o capricho das mutações somáticas!) Em sendo assim, por que ainda vou à praia quando tem sol? Por que não faço como qualquer albino com juízo que só sai de casa depois das 19 horas? A resposta é simples: porque a escolinha de surf funciona das 9 às 11 da manhã! Como não ver isso? Como perder esses momentos únicos? Apreder a surfar era um sonho antigo (tanto quanto podem ser antigos os sonhos de alguém com doze anos!). Achei lindo e entrou areia no meu olho quando a minha criatura subiu na prancha e conseguiu chegar à areia. Cambaleante, é verdade, mas feliz e realizada! Isso vale qualquer queimadura!

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

O dom dos cíclopes (Parte III)

Depois de várias paradinhas durante três horas de viagem, um intervalo maior para o almoço e mais uma triste conclusão: nossas idosas não se adaptam a buffets com facilidade. Ambas comem em restaurantes desse tipo, mas é sempre no mesmo e descobrimos que certamente recebem auxílio. Nesse almoço percebemos como elas tem sido auxiliadas e dedico, do fundo do meu coração, um bom pensamento às pessoas que trabalham nos restaurantes que elas frequentam.

- Olha tem polenta! E que bonita...
- Não é polenta,. É quindão!
- Tem certeza?
- Tenho, ! Esse é o balcão das sobremessas. Vamos lá para o outro onde está a comida!
- Tem certeza?

No mesmo minuto, lá no balcão dos pratos quentes:
- Ah! Eu não quero nada com cebola e alho!
- Então não pega o bife nem o macarrão, mãe!
- Por que?
- Olha a plaquinha em cima dos pratos:"bife acebolado" e "massa ao alho e óleo".
- Ah! É mesmo! Está tudo bem identificado! Esse aqui é "tatu recheado com cenoura e ovos", esse é "Arroz com gergelim", esse é ...
(Eu já sei ler faz tempo, mamãe! Anda que a fila está ficando grande atrás de nós!)

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

O dom dos cíclopes (Parte II)


Quatro horas de viagem com uma octagenária e outra quase.
-Vocês vão parar um pouquinho, né? Pergunta a minha sogra.
- Vamos sim, vó! Tem um posto a dez kilômetros.
(Responde a neta solícita, sentada entre as duas.)
Estacionamos na lancheria do posto e eu organizo o desembarque:
Filha, acorda a vó que está dormindo! Eu ajudo a minha mãe a descer. Mãe, vamos descer um pouco?
Quando abro a porta do carro, a minha mãe se manifesta:
- "Hã? Hein? Onde é que estamos? Mas, olha! A Donana dormiu!"
Nisso a outra, voltando do sono profundo, depois que foi sacudida pela neta, responde:
“Estava só descançando os olhos. Eu nunca consigo dormir de dia!

domingo, 17 de janeiro de 2010

O dom dos cíclopes (Parte I)

(Não é um cíclope, eu sei! Mas foi o único ser de um olho só bonitinho que achei. Tá! Eu também sei que beleza e fofura não pertencem ao mundo dos monstros gregos!)
Em algum lugar do passado li sobre os cíclopes. Ficou a vaga lembrança: uma raça de gigantes que pediu o poder de adivinhar o futuro. Como essa é uma história com deuses gregos, obviamente não pode ser simples. Os cíclopes ganharam e perderam, ao mesmo tempo. Tiveram o pedido atendido, mas a vidência só servia para a própria morte. Dom e castigo, satisfação e prejuízo, tudo no mesmo pacote. Coisa de grego. É assim viajar com a minha mãe e a minha sogra, uma experiência de cíclope.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Sem empatia!

Não entendo porque verdura feia teria o poder de me fazer interagir com uma estranha. Nunca vi a criatura. Provavelmente nunca volte a ver. Por que vou ficar discorrendo sobre os males do tempo? Minha mãe ficou chocada. A mulher se aproximou e começou a tagarelar sobre o mau estado da alface e o alto preço. "Que absurdo! Cobrarem um real por dez folhas amassadas!" Para mim é muito simples: o mercado coloca o preço e se eu não gosto não levo! Não fico fazendo discurso na frente de refrigerador. Minha mãe queria que eu desse atenção para a mulher. "Ai credo, minha filha! Podia ter conversado um pouco!" Quem conversa com estranho no mercado é provecta desocupada. Eu ainda não cheguei lá! (Essa foi a resposta que eu NÃO dei. Porque, afinal, mãe é mãe. Mas ela que se cuide! Para tudo tem limite!)

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Pagando mico

Não consegui entrar em coma sem auxílio. Sonoterapia? Nessas redondezas já foi moda; era coisa de clínica chique. Vinha gente de longe para fazer tratamento sonoterápico. Lembro disso.
Dormi o quanto pude e se não acordei curada de tristeza endógena, pelo menos despertei com decisões. Por sorte não está muito quente hoje. Voltarei a caminhar. Adeus vida sedentária, tardes na rede, noites com cervejinha. Quem falar em pizza aqui em casa apanha. Agora é vida de mico-leão, pulando de um lado para outro para queimar calorias e só roendo folha, frutinha e semente. Até quando? Já disse, já avise todo mundo - até entrar com dignidade naquela calça velha.

Descendo, descendo, descendo

Desisti de me contrapor. Ao fundo para poder subir. Só estou esperando a empregada sair para me atirar na cama e dormir a tarde inteira. Antes do almoço, num surto de animação, resolvi tomar uma atitude: terminar de organizar as roupas. Má ideia continuar com o que já me deu tanto desgosto? Não parecia. Tinha mais cara de revanche, tipo vem que tem, "não tá morto quem peleia", etc... Foi mais ou menos isso, até que achei uma calça jeans mais velha que ficou perdida desde o verão passado (ou mais?). Resolvi experimentar. Consegui entrar e fechar, mas a dignidade ficou de fora. Ao redor do cós, a camiseta fez um balonê. Que tinha aumentado de peso já sabia mas nenhuma roupa denunciava o tamanho do desastre. M... Só dormindo para esquecer (Porque beber não dá! Álcool tem muita caloria...) Duas vezes M...

Que estrada é essa? Para onde vai?

Uma previsão que sempre é certa: quando está mal é porque ficará pior. Excesso de pessimismo? Não. Acho que é falta de endorfinas. A questão é saber o quanto eu teria que correr para conseguir os níveis necessários de felicidade. Porque nada ajuda. O Haiti ocupa e resume toda a miséria da humanidade. E está 24 horas no ar. Não me aproximo da tv desde segunda-feeira. Não adianta. É inevitável. Há parentes de vítima na cidade. Não se fala em outra coisa. É assunto da padaria, da loja de aviamentos, do Pet-Shop. Saí para fazer as compras da semana e em todo lugar o assunto era o mesmo. Fico triste nesse contemplar a tragédia alheia, sem chance de superação. Voltei para casa meio zumbi, nem sei o que tenho que fazer. Até digitar está em um ritmo diferente. A sensação de deslizar e aprofundar-se em melancolia é nova. E não é, em nada, boa!

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Queria que o mundo fosse como aqui

Minha intenção era começar o dia de bem com a vida. Foi impossível. É muita desgraça no mundo. Fujo. Busco refúgio em bobagens? Tento fazer do meu recanto o mundo? Não estou conseguindo. A tristeza me chama. É verdade que a ignorância protege e o isolamento também. Não quero tv, não quero jornal, não quero site de notícias. Não resolve totalmente porque sei do que existe e a culpa me acompanhará. Vou trabalhar. Tenho muita coisa para ler, ainda que em férias. Não digo que reduza a sensação de inadequação, mas de certo modo parece menos pior que ficar buscando receitas de croche. Pode não ser o mesmo, mas é igual.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Tentando ser positiva (tentando)

Sem querer comecei uma lista das coisas que gosto e não tenho! Sequelas do início da semana, é óbvio. Sempre amei gatos amarelos. Tive brancos, tive pretos, brancos e pretos, brasinos também. Nenhum foi amarelo. Sempre achei lindo dogue alemão dourado. Tenho pretos, arlequins e até cinza! Nem sempre é possível ter o que se quer? Descobri que "Sempre-Quis" uma magnólia no jardim. Vou comprar depois das quatro. Continuo revoltada e um pé de magnólia será minha vingança! (Contra o que ou quem? Não sei! Mas vai ficar lindo!)

Não há mal que sempre dure (nem bem que nunca se acabe)!

Despolarizei. Desencanei. Vazei da agonia de arrumar coisas. Foi um surto. Longo e sequelante surto de prendas do lar. Não nasci para descobrir alegrias nisso. Agora é tocar a vida conformada com o que foi possível. Da descompensação fica um aprendizado: dar uma de louca (pelo menos "uma vez que outra") traz algum lucro. Vendo a doideira toda com os armários de roupa, o conjuge em férias resolveu tomar uma atitude (Uma não, várias.). Juntou todos os parafusos, pedaços de fio e outras coisas de seu interesse que rolavam, desde a etenidade, pelas gavetas e armários fa garagem e GUARDOU! Chegou a comprar dois conjuntos de organizadores de cacarecos. Ficou melhor a garagem. Acho que ainda temendo outras e maiores consequências, comprou também pincéis, rolinhos e tinta. Começou a pintar as grades da área. Servicinho demorado e leve. Há muita esperteza nisso! Vamos ver o quanto dura.

Eu me odeio (Parte III)

Revoltada e especialmente sensível à ordem e desordem. Assim estou. Quando olho algo do gênero "armário arrumado" e imagino que talvez exista alguma gente nesse mundo que sobrevive com armários impecáveis... (Enquanto os meus são um rascunho do guarda-roupas-do-demo!) Eu-ME-TORÇO-DE-RAIVA! Por que? Cheguei à conclusão que teria que ter duas pessoas trabalhando em tempo integral, uma para juntar o que eu espalho e outra tomar conta das coisas do marido. Como não tem chance alguma disso acontecer e tenho que sobreviver à frustração, creio com todas as minhas forças que essas fotos são:
a) cenários para propaganda de lojas que vendem armários;
b) os quinze minutos em que as coisas estavam no lugar, depois de uma exaustiva arrumação;
c) de casas em que as pessoas são mega-milionárias com empregados super-ultra-especializados (tem que ter um só para cuidar de dobrar roupa, outro para achar o lugar de onde cada coisa saiu, um terceiro para ....)
M... Vou voltar para o serviço! Aquela pilha de lençóis não vai se guardar sozinha.
DE-TES-TO Arrumar armário!

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Eu me odeio (Parte II)

A parte possuída venceu. E me convenceu - só uma medida radical resolverá tudo. Fui incitada a visitar blogs com o tema: organização de armários. Céus! Como tem postagem sobre isso! Jesus, Maria, José! Buda e Maomé! A listagem é enorme: tem curso, tem tutorial, tem profissional do ramo oferencendo serviço.. Será que tem auto-ajuda para tia desesperada pensando em se matar? Porque são tantas imagens que a minha sagrada "siesta" foi atormentada por visões de quartos com armários arrumadíssimos. Acabei não dormindo e me joguei em http://www.apartmenttherapy.com/ Mas não foi terapia. Foi não. Fiquei pior do que estava antes!

Eu me odeio (Parte I)

A decisão foi inevitável: tenho eu mesma que organizar os armários. Quais? Todos! Qual é o nível de insanidade para alguém se propor a isso? Atendimento ambulatorial não serve. Na minha situação é praticamente internação com camisa de força. Uma parte de mim reconhece que é um caso para exorcismo. (E niguém na família conhece um jesuíta!) O problema é que a maior parte de mim é que está possuída e me impele a desmanchar tudo e refazer em “padrões de organização racional”. (Sim, porque as coisas estão socadas quase de qualquer jeito!) Como eu não havia notado isso?

Maus pensamentos, péssimas influências ...

Esquizofrenia, personalidade dividida, dupla personalidade? Sei lá! Essa área de psicologia é muito, muito estranha. Fiquei ouvindo a minha cunhada discorrer sobre pacientes e, sinceramente, concluo que são todos loucos, ela inclusive. (Pode ser uma conclusão pouco válida, vindo de alguém que não empresta lençóis!).
Prefiro a imagem dos desenhos animados. Nesse momento, tenho no ombro direito (É sempre o direito!) um anjinho dizendo: Pensa bem! Vai com calma! No ombro esquerdo há uma demônia com pano e escova na mão berando: Põe essa M.. abaixo! Isso tá um lixo! Não tem conserto, P.. nenhuma!

Cadê a roupa da casa?

Essa pergunta me atormentou um pedaço da manhã! Não bastavam os problemas com minhas camisetas, calças e calcinhas que insistem em aparecer em gavetas que não são minhas! (É a empregada que normalmente lava e guarda as roupas.) Hoje não achava nem toalha de banho, nem de rosto. Chegou visita inesperada e cadê que consigo montar o quarto para as criaturas? Cadê os lençóis? (Que não fossem os meus do dia-dia, porque desses tenho ciúme. Não ponho nem na cama para minha mãe!) Tive que por tudo a baixo para encontrar o que não é da rotina! Conversava um pouco e sumia da varanda para fuçar nos armários. Voltava, conversava mais um pouquinho, corria para cavocar nas prateleiras. Que vontade de dar chilique, chamar a empregada de monga-desajustada! Pensou o que quando enfiou todas as roupas de cama e banho na última das últimas prateleiras, embaixo de toda a roupa de inverno? A sorte dela é hoje é domingo. Até amanhã a ira diminui!

domingo, 3 de janeiro de 2010

Elitista

(Não faz tanto tempo assim, um 3-em-1 era o máximo!)
A popularização dos eletrodomésticos traz conforto, mais que isso melhor qualidade de vida. Certíssimo, se for geladeira, fogão, freezer! Agora, aparelho de som é uma m... Alguém que mora quase um kilômetro daqui comprou um “aparelho de som”. Todo mundo já sabe! Desde sexta-feira o infeliz só desliga essa porcaria quando vai dormir (E dorme bem tarde!). Eu, que nunca gostei das músicas da Ivete Sangalo, agora DE-TES-TO! Há dois dias é a única coisa que se ouve! O desgraçado comprou o "som" e só tem um cd!!!

sábado, 2 de janeiro de 2010

Eu não me interesso por perebas!

(Pergunto:quem usaria um anel Band-Aid?)
Não sei a razão, o que faz alguém ser assim. Minha cunhada (e minha sogra, mais ainda) e até minha mãe desenvolveram (ou já tinham e eu que não havia reparado) um gosto por descrever perebas, abscessos, lacerações, furúnculos e outras coisas (se é que sobrou alguma) do gênero.
Eu clamo aos céus pedindo uma explicação. POR QUE? POR QUE? Já passou das onze horas e o papo segue animado. Agora o assunto é fungo do pé do Tio-Otavio (Criatura que eu nem conheço pessoalmente, mas já sei que tem fungo na unha do dedo médio do pé esquerdo!)

Está estressado? Vá pescar! (Mas, por favor, não me convide!)

Há uns quinze anos as prefeituras da região começaram a estimular a psicultura. Resultado positivo: sempre tem peixe de boa qualidade nos mercados (e com preços razoáveis). Efeitos colaterais: vários “pesque-pague” nas redondezas e várias pessoas “viciadas-em-pescaria” que colam nos carros adesivos "Está estressado?Vá pescar". Não consigo ver graça nessa atividade. Sinto aflição ao ver os peixes recém-capturados. Fico bem longe, sentada na sombra lendo. Dessa vez me pouparam. Chegaram à conclusão óbvia: é se é para ler, melhor ficar em casa . Pude ficar em casa, na santa paz, sem traumas ou beiços de descontentamento, sem me acusarem de "não-ser-companheira". Felcidade para todos. E o melhor é que os peixes dessa vez chegarão limpos e já embalados para congelar.