sexta-feira, 8 de maio de 2009

Caça-fantasmas - devia ter prestado mais atenção nesse filme!

Do nada. Materializou-se do meu lado e guinchou um sonoro: Meu Deeeeus! Há quanto tempo!?! A única resposta que caberia, não pude dar. Era de dizer: Desde a eternidade porque eu nunca te vi antes! Mas ela estava tão entusiasmada com o encontro que a situação se tornou aflitiva. Quem é? De onde? De quando? As perguntas clássicas foram sendo gastas. Tentativas de trazer à luz quem era aquela criatura. E o pior: nada funcionava. Felizmente a mulher falava, falava e falava. Não precisava de mim. Consegui perceber isso e fazendo cara de interesse, aguardei a resposta.
Depois de dez minutos, lembrei de um sugador de ectoplasma. Mesmo sem saber como era exatamente, tornou-se definitivo. Eu precisava de um! E com urgência. Em plena luz, sob o sol implacável no estacionamento, um fantasma vindo dos tempos do colégio grudara em mim.
Foi triste. Aquela mulher (desfigurada pela tinta de cabelo, pela obesidade, pelas bijouterias modernas) tem a minha idade. Foi criança quando eu também era.
Quando acabou, pensei em ir ao banheiro. Precisava de um espelho. Mas confesso tinha medo.
Eu sei do tempo. Sei que é implacável. Mas, sério... não estou tão mal assim.
Prometeu voltar. Agora sabe onde estou! Convidou para chá de ex-alunas. Se crença tivesse, me benzeria!

quarta-feira, 6 de maio de 2009

kkkk rsrsrsrs huahuhua ... Te desprezo!

Na quietude da noite meu cão apaixonado começou a uivar. Em alto e bom som. Para evitar maiores problemas, o procedimento padrão: trazer a cama do infeliz para dentro de casa, servir ração e boa noite, menino! Incrível como a vontade de amar diminui com a barriga cheia e a cama quente!
Sem sono comecei meu passeio pelo mundo brogui. Foi brogui mesmo! Só queria uma receita de biscoito de natal que fosse mais fácil. Achei. E nem li! Quem escreve receita com risadinhas?
Essa é uma implicância antiga. Detesto. Não leio texto com risadinha (por melhor se seja)! No máximo tolero lá, bem lá, no final de tudo.
Não me importo com :). Sei lá porque isso não me atrapalha! Mas qualquer letrinha interrompendo o texto para indicar risadinha me traz a imagem de um oligofrênico microcéfalo amaurótico. Fala e ri um pouquinho, fala de novo e ri mais um pouquinho.
Se o texto é para provocar riso, é e pronto. Não! A criatura acha que pode tornar um post engraçado só por ficar sinalizando (Eu ri aqui, ó! Aqui é para rir, ó! )
Passei para o próximo. E lá estavam elas de novo (no formato hihihi!). Fique desmotiva. Ligue a TV e achei ... Agente 86. Aí sim, deu para rir.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Vale do Colca



Passei o dia lembrando dos abismos que já vi. Abismos mesmo, não “vão” de pontilhão! Estranho que a sensação de ausência minha e presença de profundidade infinita nunca esteve nessas lembranças. Não é de fato uma questão de altura ou imensidão. Se assim fosse, contemplar o vale do Colca, lá do alto da cordilheira, teria me consumido. Acabei revendo as fotos da viagem ao Peru. Éramos novos. Minha fofa nunca tinha visto. Adorou os barcos de totora com cabeças de animais. Deu vontade de voltar a Machu Picchu, ver junto com ela lhamas e vicunhas, burricos peludos, plantações de batata em flor, casas com plantas nos muros, milho com grãos gigantes... Subir e contemplar. Esquecer o olhar no infinito da paisagem ...

Obcecada por obsessão

Minha pátria é minha lingua?
Se Caetano e os demais tiverem razão, está tudo explicado!
O País só pode ser assim porque devemos escrever OBSESSÃO e OBCECADO.
Por que simplificar? Temos mesmo é que errar. Aprendeu a escrever OBSESSÃO? Pois erre ao usar obsecado!
Adquiri esse inestimável conhecimento porque continuei pensando em alturas. Meu cérebro travou em algum tipo de programa google-earth com zoom. Foi começar a dormir (ou quase) e tive a sensação de estar na torre de Notre Dame. Os telhados pequenos, as pessoas menores ainda, a cidade se estendendo. Já Não dormi mais! Foi-se o sono...
Resta hoje aquela sensação de cansaço, a manhã se arrastando e nenhuma possibilidade de fazer a siesta. Pobre dos meus alunos da tarde...

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Todo abismo tem seus encantos

Manhã de sol e frio. Caminhada tranqüila. Faz tempo que não chove, riachos com pedras aparentes, açudes com águas baixas. Por curiosidade vou espiar o riozinho. Olho o fundo e lá fica o meu olhar.
Era só para espiar, seguir andando, manter o ritmo.
Não. Eu paro. A profundidade me chama.
Lembro de algo muito antigo, daquele tempo de frases dramáticas escritas em capa de caderno. Há quanto tempo? Tanto. Tanto que tenho a sensação de ser centenária. Centenário? Não. Graduação. Abismos rabiscados em folhas.
O chamado da profundidade foi breve. A vida urge. A estrada é longa. A manhã é curta e hoje quem faz o almoço sou eu!
Segui pensando...
Aqui ninguém morreria. É baixo demais. Alguns ossos quebrados, talvez. Ou então um afogamento no lodo... Com essa temática soturna segui por alguns minutos. Nem era tristeza, nem era espanto. Apenas considerações técnicas? Acho que sim. Matar-me nunca esteve na minha lista.
Mas foi estranha essa experiência de olhar para baixo, o vazio de pensamento, a sensação de um deslizar para o fundo... Lembrei da frase compartilhada por vários numa adolescência remota. Os abismos tem seus encantos. É, pode ser!
Mesmo que seja o abismo de uma pontezinha de cinco metros de altura.