Manhã de sol e frio. Caminhada tranqüila. Faz tempo que não chove, riachos com pedras aparentes, açudes com águas baixas. Por curiosidade vou espiar o riozinho. Olho o fundo e lá fica o meu olhar.
Era só para espiar, seguir andando, manter o ritmo.
Não. Eu paro. A profundidade me chama.
Lembro de algo muito antigo, daquele tempo de frases dramáticas escritas em capa de caderno. Há quanto tempo? Tanto. Tanto que tenho a sensação de ser centenária. Centenário? Não. Graduação. Abismos rabiscados em folhas.
O chamado da profundidade foi breve. A vida urge. A estrada é longa. A manhã é curta e hoje quem faz o almoço sou eu!
Segui pensando...
Aqui ninguém morreria. É baixo demais. Alguns ossos quebrados, talvez. Ou então um afogamento no lodo... Com essa temática soturna segui por alguns minutos. Nem era tristeza, nem era espanto. Apenas considerações técnicas? Acho que sim. Matar-me nunca esteve na minha lista.
Aqui ninguém morreria. É baixo demais. Alguns ossos quebrados, talvez. Ou então um afogamento no lodo... Com essa temática soturna segui por alguns minutos. Nem era tristeza, nem era espanto. Apenas considerações técnicas? Acho que sim. Matar-me nunca esteve na minha lista.
Mas foi estranha essa experiência de olhar para baixo, o vazio de pensamento, a sensação de um deslizar para o fundo... Lembrei da frase compartilhada por vários numa adolescência remota. Os abismos tem seus encantos. É, pode ser!
Mesmo que seja o abismo de uma pontezinha de cinco metros de altura.
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