Do nada. Materializou-se do meu lado e guinchou um sonoro: Meu Deeeeus! Há quanto tempo!?! A única resposta que caberia, não pude dar. Era de dizer: Desde a eternidade porque eu nunca te vi antes! Mas ela estava tão entusiasmada com o encontro que a situação se tornou aflitiva. Quem é? De onde? De quando? As perguntas clássicas foram sendo gastas. Tentativas de trazer à luz quem era aquela criatura. E o pior: nada funcionava. Felizmente a mulher falava, falava e falava. Não precisava de mim. Consegui perceber isso e fazendo cara de interesse, aguardei a resposta.
Depois de dez minutos, lembrei de um sugador de ectoplasma. Mesmo sem saber como era exatamente, tornou-se definitivo. Eu precisava de um! E com urgência. Em plena luz, sob o sol implacável no estacionamento, um fantasma vindo dos tempos do colégio grudara em mim.
Foi triste. Aquela mulher (desfigurada pela tinta de cabelo, pela obesidade, pelas bijouterias modernas) tem a minha idade. Foi criança quando eu também era.
Quando acabou, pensei em ir ao banheiro. Precisava de um espelho. Mas confesso tinha medo.
Eu sei do tempo. Sei que é implacável. Mas, sério... não estou tão mal assim.
Prometeu voltar. Agora sabe onde estou! Convidou para chá de ex-alunas. Se crença tivesse, me benzeria!
Nenhum comentário:
Postar um comentário