sexta-feira, 12 de junho de 2009

Patrimônio imaterial

Tinha uma idéia do que fosse, mas faltava solidez. Faltava exemplo que motivasse, provocasse brilho, despertasse o interesse... O começo de uma aula, às sete e trinta da manhã e nesse frio, deve ser bem pensado! Um pouco de preguiça e vai-se a manhã inteira em uma aula morna e sem significado.
Patrimônio imaterial? Será que São Google não me inspira? Foi fácil essa idéia. Difícil foi trabalhar depois.
De novo alguém perdido no meu passado aparece na superfície da terra. Um afloramento fossilífero, testemunho de uma era tão remota. Meu primeiro namorado.
Fique chocada. Detesto encontros com o passado desatado de mim. Pessoas que nunca mais vi me aparecem como fantasmas. E como tais eu as recebo! Afinal, elas eram minhas lembranças e não cabe que memórias andem por aí.
Essa vez foi a mais triste. A foto era de um homem relativamente bem conservado (com cabelos, sem barriga) mas cadeirante.
E agora? Como eu ajusto isso às minhas memórias? Eu queria continuar lembrando como era, sem a consciência de como é. Queria para minhas lembranças atemporalidade, eternidade, perenidade, e principalmente: existência real, física em um mundo imaginário. Todas essas fantasias me são roubadas quando alguém aparece...