terça-feira, 31 de março de 2009

Meus padrões são elevados

O pedestal é um mosaico! (leia-se:revestido de azulejo quebrado!)
Foi o assunto da tarde...
As pessoas ao meu redor chamam de mosaico!
Mosaico???
Ai! Lamento! Mosaico é o que os babilônicos faziam. Mosaico é o que revestia as piscinas romanas. Ah! O fascínio que me provocou aquele azul desmaiado, o peso da história humana depositada em pecinhas...
(Quero voltar ao Louvre. Quero voltar ao Louvre. Quero voltar ao Louvre.)

O-cu-da-jia

Não sou pessoa criativa.
Não tenho a menor habilidade para artes plásticas, sou um desastre até com artesanato. Se de mim dependesse colocar um monumento na entrada da instituição, seria um menir.
Pobre na forma? Sim! Seria minimalista, mas digno.
Seria sólido e em pedra nobre.
Tal obra lesse quem quisesse, como pudesse!
Não precisaria de explicação.
Não seria uma composição de azulejos quebrados, lembrando piso revestido com sobras de lajotas. (O revestimento barato do cantinho do tanque da casa da minha avó! Lá se explicava pela economia. Mas, e esse aqui? Quantas mil explicações terá!)

Continuo com Zeca Baleiro, na maior identificação:
"Minha mãe certa vez disse-me um dia,/ Vendo minha obra exposta na galeria,/ "Meu filho, isso é mais estranho que o cu da jia / E muito mais feio que um hipopótamo insone"

O mundo não acabou


Bienal (Composição: Zeca Baleiro / Zé Ramalho)
Desmaterializando a obra de arte do fim do milênio / Faço um quadro com moléculas de hidrogênio /Fios de pentelho de um velho armênio / Cuspe de mosca, pão dormido, asa de barata torta
Meu conceito parece, à primeira vista, / Um barrococó figurativo neo-expressionista / Com pitadas de arte nouveau pós-surrealista / calcado da revalorização da natureza morta


Saí para tomar café. Voltei pensando numa música do Zeca Baleiro. Encontrei a letra. Nunca tinha reparado que o Zé Ramalho estava junto. Ela se aplica ao que sinto.
Fiquei triste quando vi que as lonas iam ser retiradas. Depois de tanto tempo eu já considerava o ET quase como colega de trabalho. Mas bem que podiam ter deixado tudo ensacado! O troço é feio mesmo!

Feira de raridades

Momento raro 1
O dia começou estranho. Chego sempre em cima da hora. Não me atraso, mas não tenho tempo nem de jogar água na samabaia! Entrei e não tinha ninguém esperando... Larguei minhas coisas e... corredor vazio? Nisso ouço vozes. (Vozes de verdade - porque não sou dessas que ouvem coisas!). Um grupinho de seis, em formação compacta, avança pelo corredor. É uma comissão!
Os mimosos vieram me dizer que não virão à aula (tem atividade do curso). Eles saem e eu fico pensando: levantaram às 6:30 pegaram o ônibus e vieram até aqui para dizer que não virão! Que fofos! Podiam ter dormido mais (a palestra começa às 8:30), podiam ter andado menos, podiam nem ter se dado conta que alguém ficaria esperando por eles. Não! Formaram uma comissão para avisar professores! Valeu o dia. Se continuarem assim a saúde pública no Brasil terá salvação! (um dia, quem sabe...)
Momento raro 2
Como deveria estar em aula, decidi vadiar... Sentei e comecei a abrir várias coisas: cnbi, MIT, outras coisas de trabalho, e besteiras também - blog da elisa, shoeme (até mahjong). Esperando a primeira batidinha na porta. Sempre tem alguém "tô precisando", sempre tem "só queria" ... Pois não é que não veio ... São quase 9:30 e não tem "poblema" para resolver?
Acho que vou sair e ver se o mundo não acabou!

segunda-feira, 30 de março de 2009

Oscar Niemeyer nunca veio aqui

Eu sei que a arquitetura é uma manifestação da cultura humana. Tudo bem. Ninguém pode ser contra. O meu problema não é prédio ou casa. Minha falta de paciência se revela quando se trata de monumentos. Descobri isso há pouco.
Desde janeiro, passo quatro vezes por dia frente a um “sabe-se-lá-o-que-será” que está sendo lentamente construído na entrada do meu local onde trabalho.
Não é uma obra tão grande assim, nem tão complicada. É uma coluna, ou pedestal, com uns quatro metros de altura, mais largo na base do que na parte superior. Em cima, foi posta uma estrutura arredondada, com mais ou menos dois metros de diâmetro, tendo duas projeções laterais. É dessa associação que deriva minha implicância.
Foi olhar e pronto! Passei a enxergar um cabeção. Tipo boneco do Carnaval de Olinda.
Para melhorar, resolveram “fazer mistério” sobre os detalhes de acabamento. Ensacaram o pedestal.
Não tem mais volta! Passo por aquilo e só penso em um ET com capa. Daqueles clássicos. Juro que dá vontade de plantar uma plaquinha ali: Vim em paz! Leve-me ao seu líder!

Em busca da sabedoria

Fazendo as unhas. Em um blog desses do tipo mulherzinha encontro uma postagem sobre manicure. A autora assume que sempre faz as próprias unhas. Nada de errado, ao contrário, tudo certinho! Texto bem escrito, figuras enfeitando. Não era um passo a passo, mas tinha as fases com explicações.
Pensei logo na minha fofa (legal alguém lembrar da criançada!), pois se aplicava perfeitamente para pré-teens em busca da sabedoria.
Mas então meu cérebro funciona...Epa! Opa! Esse blog é de mulher para mulher! E é tudo tão, tão, tão óbvio!
Continuo lendo e me espanto com o comentário: "muito legal esse post Lu! vo economizar um baita diinherão de manicura"
Ah! Só pode ter sido criança! Alguém com mais de doze anos poderia fazer um comentário desses?

sexta-feira, 13 de março de 2009

Que perigo

Estou cuidando de quatro crianças. Uma de quatro e outra de cinco que estão quietinhas (Ah! Como sou grata ao Walt Disney! Cinderela é hipnotizante ...)
Tem também outra menina de sete e seu irmão de 8 anos. Resolvi navegar na rede com esses dois. Nunca tinham lido nada na rede. Só conheciam joguinhos. Mostrei alguns blogs e o que mais fascinou os dois foi a possibilidade de escrever para os autores. Acharam isso o máximo! Agora querem postar comentários em tudo! Começo a pensar que talvez não tenha sido uma boa idéia...

quarta-feira, 11 de março de 2009

Jujubas ... Agora, eu gosto de todas!

Ontem, cansada de observar como é lento o aprendizado de arabesque, pas de bourée e chassé, fui zanzar no comércio. Na absoluta falta do que fazer, acabei entrando em uma loja de doces. Só doces baratos. Nada além de balas, pirulitos e ... jujubas. Não me importa se não se chamam mais assim.As cores são as mesmas e, bem como era na minha infância, as vermelhas e as rosas não são a maioria.
Lembro que era uma tarefa difícil. Exigia grande concentração e tempo. Vários minutos em frente aos pacotinhos, só para escolher o que tivesse mais jujubas vermelhas! Eu me tornava quase uma savant, capaz de intuitivamente calcular quantas jujubas vermelhas e rosas existiam. Por três vezes apostei que tinha pego o pacote com o maior número delas. Nas três ganhei! Qual o prêmio? Todas, todas as vermelhas do perdedor! Depois da terceira vez, meu irmão não quiz mais saber de apostas. Fique com a doce ilusão de que realmente conseguia escolher o melhor pacote!
Depois de toda essa história de paixão por jujubas vermelhas, compro um pacote, erro a pontaria e pego uma azul.
E gosto!
Achei maravilhoso o sabor de anis.
Depois, só para conferir, peguei uma amarela. E adorei!
Continuei mundo a fora, a provar jujubas das cores que antes desprezava. Achei boa até aquela verde sabor sei-lá-de-que!
Foi então que lembrei de mim, da minha própria história.
E na minha história só havia gosto por jujuba vermelha.
Quem sou eu? No meio da rua, me desconheci!
Quando foi que essa mudança aconteceu? Não há resposta. Jamais saberei! Paciência.
Com método e planejamento, consumi o pacote todo (e não era dos pequenos).
Deixei todas as azuis para o fim!

segunda-feira, 9 de março de 2009

Desproblematizando a educação

Eu não enxergo problemas.
Nem precisa. Porque os outros enxergam por mim. E daí? Fazer o que?
Simples, toca a resolver!!
Sou quase uma devota de Nossa Senhora Desatadora de Nós, amparo dos desvalidos nas situações mais enroladas.
Hoje foi um dia daqueles em que, se necessidade houvesse, teria convencido Santo Agostinho a abrir uma vaga a mais na turma, só para eu poder matricular o cramulhão! Não fiz chover porque desde a madrugada já rolava água.
Estou cansadéssima, mas ganhei o dia! Nessa noite não tem leitura madrugada a dentro. Vou fechar os olhos e imaginar quanto teria ganho, se valesse um real cada vez que ouvi um “eu quero” , “to precisando”, “me dá”, “Ai! Eu tenho um problema” . Pois bem, resolvi tudo!

domingo, 8 de março de 2009

Boi da Cara Preta? Tutu Marambá? Eles têm medo de mim!

Saí faceirinha para a caminhada. Brisa fresca, tarde nublada, tudo agradabilíssimo. Até a curva. Lá, o cão. Animalzinho mais para pequeno que médio, sentado na beira do asfalto, com aquela cara "por aqui ninguém passa". Ainda não dava para ver, mas eu podia imaginar o restante do cenário: atrás dele o portão aberto e o dono, sentado numa cadeira de praia tomando mate, na sombra de um cinamomo.

Seria atacada pela quarta vez? Nas três outras, atravessei a estrada (bem antes da casa) e, mesmo assim, o valentão veio para as minhas pernas. Acho que andei uns dez metros a baixo de grito e sapateado: Sai! Toca pra casa! Sério. Fique com o pé doendo de tanto bater no chão para espantar o bicho.

E o dono?
Refestelado na cadeirinha, assisitindo a cena, e muito educadamente me desejou bom dia! Três dias seguidos seguidos!

Hoje não foi assim. Ao ver o animal, tive uma súbita inspiração. Passei a mão em um galho de estremosa, bem grossinho, e segui. A maldade já havia me invadido! Tirei as folhas enquanto andava e não atravessei a estrada. Não deu outra. O cão, mal me viu, veio... Poderoso!

Foi lindo!
Digno da coreografia do Tigre e o Dragão.
No melhor estilo Clã das Adagas Voadoras. Puro Kung Fu ornamental.
Acertei três varadas no bicho, antes que ele se desse conta. O susto foi tão grande que ele só conseguiu gritar quando já estava chegando em casa!

E o dono?
Quando viu meu desempenho, provando que é homem ajuizado, passou a mão na garrafa térmica, juntou com a cadeira e, tão depressa quanto o cão, foi para os fundos da casa. Mas, com certeza, ainda conseguiu ouvir o meu cordial - Boa tarde, seu Murilo!

Na volta, o cão estava deitado na frente da casa, o portão continuava aberto, mas nem uma orelha ele mexeu!

sábado, 7 de março de 2009

Por que não te matas?

Eu respeito a dor (a minha e a alheia).

Respeito tanto que me irrita quando alguém resolve fazer dela um adereço. Olha como a dor me enfeita, valoriza! Não pareço nobre, tão sofredora assim? Vejam como sou sensível! Isso, que vós tolos mortais não percebeis, em mim provoca lacerações profundas! Minha alma chora ante o cotidiano!

As palavras não eram exatamente essas, mas não faria diferença.


Em uma segunda tentativa retomei o termo carpe diem para a primeira aula. Fui parar em um blog (um dos milhares!) que tem esse nome. Comecei então a despencar por entre postagens de uma literatura alucinada, triste, enigmática.
A autora (que também é professora!) expõe cenas de um universo paralelo, onde se vive de modo muito infeliz. A falta de água no corredor é um drama suficiente para atormentar a tarde! Um passeio pela cidade é dor sobre dor!


Teria mudado de blog muito rápido, não fosse a incongruência: o nome do blog é Carpe Diem e tem por objetivo " trazer temas sobre literatura, cinema e atualidades que enriqueçam o cotidiano" .
Confesso que não fui muito longe. Fiquei nas postagens mais recentes. Mesmo dedicando algum tempo às diferentes interpretações que Carpe Diem pode ter, não consigo harmonizar uma com o dito blog!

Ele é um entre vários. Fiz outras visitas através dos comentarios. Constituem uma comunidade, todos escrevem (alguns têm postagens quilométricas) e regularmente se visitam. A impressão é que formam um clubinho de literatura triste. O chá com suspiros de infelicidade e lamentos, acompanhado, é óbvio, de momentos para fortalecimento do ego (me elogias que te elogio em dobro!).
Tive que me lembrar das minhas colegas: Oi-Amiga! Que Linda! Oi-querida! Que elegância!

Nas respostas aos comentários, a saudação final da autora é Carpe Diem. Juro. Não entendi a escolha da expressão ! Terá sido pela sonoridade? Será manifestação humor cínico?(Duvido!)

quinta-feira, 5 de março de 2009

Espírito de luz despeitado

O dia foi animado. Começou em grande estilo. Definitivamente o Espírito de Luz está tomando dose errada. Alguém tem que avisar o médico!



Às oito da manhã, quando as madrugadoras já estavam de café na mão, desfrutando os últimos minutos de inatividade matinal, nosso Espírito de Luz chega. Sem bom dia ou como foi a noite, interrompeu a conversinha morna para pedir uma confirmação. Não, gente! Vejam bem e me digam se eu não preciso de uma plástica de mama! Gente, eu não tenho peito! Tô cansada de usar enchimento... Dava para sentir no silêncio da sala os Hã?! Hein?! Aff!! e outras manifestações interiores similares!



Acha que foi suficiente? Não. Ela não parou por aí. Diante do silêncio constrangido/entediado, Espírito de Luz resolve fornecer prova inquestionável: levanta a camiseta e mostra os peitos, ou melhor a ausência deles!


De fato. Ela tem menos peito que qualquer outra que já conheci. Só que:

1) ela tem 50 anos, ou seja, ela passou pelo menos 35 anos despeitada! Agora do nada que airbags ativados!

2) por aqui passa um monte de gente... Já imaginou tentar explicar para aluno porque a "pro" tá de teta de fora na sala do café?

3) ela também não tem bunda! E se ela se der conta disso?

quarta-feira, 4 de março de 2009

É para dar colo ou encher de pancada?

Na noite passada circulei por blogs de professoras!
Das mais diversas áreas.
Conheço centenas (sem exagero) de sites, páginas e portais de professores/pesquisadores. Lindos, úteis, organizados .
De dar inveja! Tudo muito profissional.
Já os blogs...
Boa parte deles é confissão existencial e a profissão do autor é apenas um pano de fundo (mesmo quando o perfil define o indivíduo como professor). Não achei coisa que me entusiasmasse muito.
Rolando de um blog para outro, encontrei um relato que no início promoveu empatia. Era a história de uma professorinha de escola fundamental que aproveitou para chorar um pouco, enquanto arrumava o armário.
Fiquei enternecida. Sempre tenho peninha de quem chora! Mas é só nos primeiros 15 segundos. Porque depois, ligo o cérebro na voltagem certa e sempre me pergunto: chorando? Por que?
A moça não fazia o relato do motivo do drama e, também, pouco me interessaria. Já havia ativado a área Mãe. Como assim? Ela deixou os alunos fazendo sabe-lá-o-quê e foi chorar!!!! Será que a professora da minha filha é tão doida assim?
Minhas preocupações foram então para outra dimensão. A formação de professores, no aspecto humano e técnico. Gente cadê o auto-controle? Onde foi parar o profissionalismo?
Cadê o pó de pirlimpimpim que deve ser despejado em cada professora quando cruza o umbral da sala de aula? Acabou?

terça-feira, 3 de março de 2009

A arte de elogiar

Deve existir. Eu ainda não vi, mas não tem como ser apenas coincidência. Só pode ser um novo best-seller das prateleiras que eu não frequento. Até imagino possíveis títulos "O elogio como arma", "O mundo aos seus pés - o poder do elogio", "A popularidade através do elogio".
O fato é que as fofas do meu trabalho devem ter lido algum manual ilustrado sobre a importância do elogio. Sei lá, se atendendo aos conselhos de tal obra ou por livre interpretação, o trio mais fofo deu de elogiar tudo. Sem medida, abstraindo totalmente o bom senso e o senso de ridículo.

Entre elas tudo bem. Não tenho nada com isso. Só acho graça!
Oooooi amiiiga! Que linda!. Tá luminosa hoje!! (Só se for a pele oleosa!!)
Ahhh! Brigada amiga! Cê também, né? Tá podendo! (Podendo iniciar uma dieta!)

Mas comigo!?! Aff!!!
Tem cabimento?
Cortei o cabelo ontem. Hoje é chuva caindo, sem intervalo!
Quando acordei já estava faltando luz.
Tomei banho frio e sequei o cabelo só na toalha!
E daí?

Daí que o meu cabelo é rebelde, ondulado opiniático!
Cada meia duzia de fios toma seu próprio rumo.
E qual é o resultado da associação:

corte recente+falta de secador+dia de chuva?

É o cabelo da Madame Mim!
(Aquela bruxa gorda/escabelada da Espada e a Lei, do Walt Disney.)

E euzinha, sustentando uma releitura de cauda de tamanduá bandeira sobre o crânio, tenho que ouvir: Ahhh! Que bem que ficou teu cabelo! Ameeeeiiii!!!

segunda-feira, 2 de março de 2009

Sou do Lar! (Só por enquanto! Isso dura pouco!)



Essa animação doméstica só pode ser explicada por flutuações hormonais. 90,9% do meu tempo não é dedicado a faina do lar. Por que? Não gosto. Não me atrai.

Mas, de um momento para outro, liga um circuito que me impele a fazer comida, arrumar armário e tudo mais que se possa imaginar. Viro mulher prendada!

São esses raros momentos que impedem que a casa naufrague!

Meu panda-marido também é assim.
Inerte até que começa a pintar, parafusar, cavar ...

Estou nessa fase. Dá bons resultados!
A geléia de ameixas chilenas, vermelhíssima, encheu três vidros!
Um estoque para o inverno?
Acho que não. Na velocidade que estou consumindo iogurte com geléia, panqueca com geléia, geléia com geléia ...
Não dura um mês!

O próximo surto terá que vir mais cedo!

Meu momento Eli Stone

A semana promete! Logo cedo reunião.
Chego às 8:00, caneca de café na mão.
Momento de confraternização: assunto férias!
Felizmente havia uma tagarela de plantão...

Descrição sumária:
Físico - mulher; 40 anos; altura 1,60m; peso aproximado 55 k;
Indumentária típica: jeans bordado ou com tachas ou com cristais ou com lantejoulas ou tudo isso junto + camisete de cetim;
O mais bizarro - as extremidades: nos pés sempre scarpins, na mesma cor da blusa (Como assim? Ela compra branco e manda pintar!)
O cabelo ... Lembra a Maga Patalógica? É igual. Franjão, pretíssimo e liso.
Comportamento: fala e age como uma menina de seis anos que está tentando obter alguma vantagem de um adulto.

Qual o tema da narrativa? Congresso de janeiro, em capital nordestina.
Papo técnico-científico? Palestras interessantes?
Nããão!
O relato da festa que rolou no encerramento.
“Buátchhh” da moda!!!
Tão cara e requisitada que a organização do evento não conseguiu “fechar a casa”. (Mas conseguiram descontos generosos para o bundalelê!)

E eu ouvindo isso, com cara de mormaço, bebericando café!

Ela começa a descrever o rapaz que chegou nela e a levou para a pista: alto, bronzeado, sarado, parecendo o Beeeeckham e excelente dançarino!
O mulherio enlouqueceu!
Detalhes! Detalhes! Os detalhos sórdidos que se apresentem!
(Aff!)

Mas então a história melhora.
Ela fica meio murcha, contrastando com o entusiasmo da platéia, e diz que terminou ali. Por que? Sim! Até eu queria saber!

Ah! A gente foi para o bar e ele me disse que a hora dele era cinqüenta reais!

Juro! Quase cuspi em todo mundo!
A gargalhada se afogou no café.
Engoli tudo junto - café, risada e meu momento Eli Stone.
Meu cérebro se deliciava com três imagens simultâneas.

Cena 1(pista de dança): A Patalógica, toda montada para balada (brilhos e brilhos), se acabando na pista de dança com o Beckham caboclo e pensando:
Urrruuu! Sô quarentona mas muito gaaaaaaata!
Urrruuuuu! Poderooooooosa!
Sô-Ma-do-na! Achei Jesuuuuuuussssssss!

Cena 2 (bar): Como? Não entendiiii! Eiiii! Ooooi! Onde cê vaaaiiiii?

Cena 3 (mesa do grupinho): Alguém com uma caneta e uma pilha de guardanapos, desenhando para a mocréia a explicação do acontecido.

OBS.: As duas primeiras cenas são pura imaginação. A terceira deve ter acontecido mesmo! Afinal, ela soube nos explicar direitinho o que o Beckham caboclo fazia lá!

Pode não ser uma diva - mas é uma musa!

Voltei ao blog da Elisa (“Ela fala e sai andando”).
Agora, mais desperta, digamos assim, li outras postagens.
É bom mesmo. Chega a ser inspirador!

Naveguei pelos blogs “perseguidos”.
Também gostei.
Tem alguns úteis, tem outros que são “cutty-cutty”. E há os que são adoravelmente fúteis.
Descobri assim o mundo dos blogs doméstico/crafter/mulherzinha.

As minhas leituras na rede sempre foram de sites.
O “universo blog” invadiu minhas noites nessas férias.
Nunca tinha dado atenção para esse recurso.
Comecei buscando informação sobre um filme, descobri que
literatura e cinema são quase a mesma coisa!
Quem faz um, fala do outro!

No início, só ia dando uma olhada e passava para o próximo.
Só que no fim de fevereiro virei uma crítica impiedosa.
Surgia o blog na minha tela e:
Hummm.. A figura é bonita, mas porque não tem crédito?
Será que além de escrever a mocinha também é artista plástica?

Foi minha primeira implicância.
As criaturas enfeitam suas postagens com imagens alheias e nem mencionam isso.
Mas vai alguém pegar um pedaço de texto deles e associar a uma imagem... Duvido que gostem!

A partir de então, comecei a enxergar e valorizar mais o que há de mau, torto, esquisito e tosco.
Como é bom reclamar dos blogs alheios!

Mas sou justa. Quando encontro algo que satisfaz meus critérios, não poupo elogios!
PARABÉNS ELISA!

domingo, 1 de março de 2009

Carpe diem

Chuvinha fina no fim da tarde. Caminhada? Deu vontade, mas...
Ia ser para me acharem louca, além da conta!
Mas que seria bom, seria!
(Que os vizinhos vão pensar? E minha mãe? Merece esse desgosto? E minha filha? Essa, pelo menos, terá uma boa explicação, caso se torne uma desajustada: Também! Coitada! A mãe não era bem certa...)
Como não tive coragem, fiquei aqui, com a internet lenta, leeenta, leeeeenta....
Baixando figuras para aula. Adoro!

Desisti também do "carpe diem".
Achei tanta besteira associada a essa expressão que me tapei de nojo!
Afff!!!
Não há Horácio que salve!

Coisa de criança ...

Minha mãe cochila com o livro no colo.
Bem quietinha!
Meu panda está muito concentrado em um artigo.
E eu?
Fazendo posse de que trabalho e escrevendo bobagens aqui!
Recupero assim aquela sensação remota da infância. (Olha! Como estou nostálgica hoje!)
Aquilo que sentia quando estava espiando sem ser vista.
Ou, melhor ainda, aprontando e com a certeza de que não seria pega.
O crime perfeito!
Para todos os efeitos, estou preparando aula!
Não deixa de ser verdade. Já escolhi o tema para a abertura do semestre: carpe diem.
Falta agora encontrar as referências.
Será mesmo Horácio? ( Sim, porque o Boticário não serve, né?)

Nunca mais fecharei essa janela! Postagens serão eternas!
A cada minuto: agora cocei a perna; vou tomar água, agora ...

Lembrete: quando escrevi isso tinha tomado uma caipirinha e duas latas de cerveja! O que é suficiente para derrotar as poucas idéias sensatas que apareceram depois do almoço.

A felicidade alheia ou como mandar a própria mãe ficar quieta

Almoço terminado, aquela preguiça se instalando e....
Minha mãe cantando!

Cantando não. Dizer que isso é cantar é ofensa ao mundo da música.
Se for assim meu cavalo também canta!

Bastou ela enxergar, na sacola do lixo, a ponta da fita que prendia o crachá do Cirque de Soleil.
A todo pulmão iniciou uma imitação tosca do que ela imagina ter sido uma das músicas do espetáculo.
Dai-me paciência...

Se fosse uma das cachorras, eu dava um grito: Fica quieta!
Se não parasse eu prendia no lavabo!

Mas posso fazer isso com a provecta senhora?
Quase oitenta! Quem diria? Não parece!
Como é alegre!
(Só eu sei o que é segurar tanta animação ...)

Bom não mandar calar não posso, mas posso deixar mais felizinha!!!
Vou abrir uma latinha de cerveja preta.

Ela adora e com há uma dupla vantagem: vai ocupar a boca e vai dar soninho...

Sou má?
Um pouquinho.

Quero rapar o mundo!

Que sintonia!
Justo nessa fase "rainha do lar" ganho um pão-duro novo,
de silicone rosa,
da minha mãe!
Por que ela não é sempre assim?

Para comemorar vou fazer uma torre de panquecas!

Os duendes nunca me visitam!

Logo após levantar, talvez pelo efeito da farra de ontem,
olhei para minha cozinha e lembrei de um conto de fadas.
Nunca foi dos meus preferidos na infância.
Hoje, definitivamente, seria o eleito!

Um sapateiro, homem honesto e trabalhador, tem sua oficina visitada por duendes.
Todas as noites.
Eles concluíam com rapidez e competência as tarefas que o sapateiro deixava para o dia seguinte. O resto eu não lembro! (Nem vou me dar ao trabalho de procurar!).

Por que a minha louça suja nunca aparece limpa?
Acho que falta magia no nosso cotidiano.

E um pouco de colaboração também!
Por que eu na pia e o outro lendo esborrachado no sofá?

Vou terminar de tomar meu café e convocar o marido.
Não é um duende, mas funciona.

A estratégia é bem simples:)
Mooor! Lava a louça que eu vou dar banho no cachorro!
(Ele detesta dar banho no cachorro. Vai limpar a cozinha achando lucro!)