Ontem, cansada de observar como é lento o aprendizado de arabesque, pas de bourée e chassé, fui zanzar no comércio. Na absoluta falta do que fazer, acabei entrando em uma loja de doces. Só doces baratos. Nada além de balas, pirulitos e ... jujubas. Não me importa se não se chamam mais assim.As cores são as mesmas e, bem como era na minha infância, as vermelhas e as rosas não são a maioria.
Lembro que era uma tarefa difícil. Exigia grande concentração e tempo. Vários minutos em frente aos pacotinhos, só para escolher o que tivesse mais jujubas vermelhas! Eu me tornava quase uma savant, capaz de intuitivamente calcular quantas jujubas vermelhas e rosas existiam. Por três vezes apostei que tinha pego o pacote com o maior número delas. Nas três ganhei! Qual o prêmio? Todas, todas as vermelhas do perdedor! Depois da terceira vez, meu irmão não quiz mais saber de apostas. Fique com a doce ilusão de que realmente conseguia escolher o melhor pacote!
Depois de toda essa história de paixão por jujubas vermelhas, compro um pacote, erro a pontaria e pego uma azul.
E gosto!
Achei maravilhoso o sabor de anis.
Depois, só para conferir, peguei uma amarela. E adorei!
Continuei mundo a fora, a provar jujubas das cores que antes desprezava. Achei boa até aquela verde sabor sei-lá-de-que!
Foi então que lembrei de mim, da minha própria história.
E na minha história só havia gosto por jujuba vermelha.
Quem sou eu? No meio da rua, me desconheci!
Quando foi que essa mudança aconteceu? Não há resposta. Jamais saberei! Paciência.
Com método e planejamento, consumi o pacote todo (e não era dos pequenos).
Deixei todas as azuis para o fim!
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