sexta-feira, 30 de abril de 2010

Não comecei bem!

Está aberta a temporada das meias. Não é possível usar sapato sem meia e não basta mais usar uma 3/4. Nem sou das estusiasmadas com a nova tendência. Acho meias estampadas bonitas - nas pernas das modelos. Vi, ano passado, uma colega com um modelo que eu tinha achado lindo (mas jamais usaria): flores. Na embalagem era uma glória! Mas ... nas pernas da criatura, era de fazer uma oração e pedir para subir! A cor ficou muito estranha, um gelo-fume-cinza zumbi de filme trash. As flores de tão deformadas ficaram irreconhecíveis. (Já é possível intuir que isso vai acontecer. Olha a foto da modelo no cantor inferior esquerdo! E essa moça tem pernas finas!) Ao acordar essa manhã não desejava muito: apenas colocar uma roupa digna e quente. Escolhi uma meia com detalhes em zig-zag e uma saia de lã. Fique feliz pela combinação dos tons e meu entusiasmo cresceu. Para, em seguida, despencar em profundidades abissais... Cair ao vestir uma meia-calça não fazia parte do meu show! Estou até agora com dor no braço e a auto-estima lá embaixo. Vestida de jeans e tênis! Com uma pergunta martelando: Será que tão cedo vou ficar como a minha avó? No quarto dela havia uma cadeirinha. Ela sempre sentava para colocar meias e calçar sapatos. Adaptar-me à terceira idade, assim, tão cedo? Ou começar aulas de ioga-pilates-tai-shi-kung-fu?

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Assim não vale!

Por que qualificar meu ingênuo passatempo “ver-antes-e-depois”de perverso? Porque só busco o defeito! É a falha que captura minha atenção. Tenho minha lista do que pode ser pior em qualquer das modalidades "antes-e-depois". Nesse caso, a foto do início nada tem de excepcional. Casa pobre, mas limpinha. Porém... Logo surge a dúvida: É antes-e-depois do que? Olho as fotos e fico entre duas opções, sem possibilidade de decidir.
Será que é depois que
a) a casa foi desocupada e vendida para outras pessoas?
b) os donos da casa ganharam na loteria, fizeram uma boa reforma e compraram móveis?
Mudar ambientes jogando tudo fora é fácil!

terça-feira, 27 de abril de 2010

Eu tenho medo do mundo "craft vintage"


Insomnia equals creativity I can't say insomnia is all bad, I finished the last three of the Inner Child dolls I had ready to assemble early this morning from 2:00 to 4:30.
Quando vi essa versão vodu-vintage custei a acreditar. Que-que-é-isso? Não consigo saber o que me apavarou mais. Os corpos (?) vermiformes, disformes? As mãos e pés? Os rostos aprisionados no casulo parasita? Fui ler o texto buscando entender. Quem fez isso? Uma criatura insone e transtornada. Talvez seja essa a melhor explicação: está com a medicação errada! O remédio não funciona, passa a noite em claro e no outro dia está com a capacidade de julgamento totalmente alterada! Só pode!

Prisioneira

Não consigo dizer NÃO GOSTO, ponto final e fechar a página! É uma sucessão gosto-não-gosto que chego a ficar tonta. Tudo é demais e assim fica opressivo. (Vou começar a cantar, mentalmente: É demais, é pesaAaAado... Eu desafino muito, mesmo mentalmente!) O que me deixou assim foi uma sucessão de blogs over-over-over! Mas sempre tem um elemento que me chama e, então, eu para e penso: DISSO eu gosto. O problema é o conjunto. Eu gosto da casinha, tudo bem com ela. Mas... a menina com o cão parece ter saído de um filme de terror. Estará indo para a festinha do Chuck? Os passarinhos com a faixa? Fazem lembrar lápide (Tem um mausoléu no cemitério municipal com um ornamento semelhante. Juro!) As duas outras figuras de menina são o que pode ter de simplório, pueril e ... tosco? Combinam com flores de plástico, com pingentes de acrílico, bibelos e toda a lista possível de artesanato mal acabado ... (É demais, é pesaaaAAAaado, não há paz! Segue minha trilha sonora...) Então vou para outro blog vintage e tudo se repete... Mas eu continuo. Vou entrando, mais não gostando que gostando, saio. Vou para outro. Até quando? Sei lá, mas acho que não demora. Até sábado passa!

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Ressaca do feriado

Passei o feriado fazendo nada. Nem almoço ou janta. Nem a cama (porque passamos o dia em cima dela). A família inteira. Funcionou apenas o telefone e a porta da frente para os pedidos e entregas. Ô vida boa? É. De vez em quando é bom. Hoje vou começar a limpar o computador das quinhentas fotos e trocentos sites de “vintage”. A chuva não deu trégua, a rede ia e vinha e eu só abrindo e fechando blog para “ver-depois”. Sinto que travei. A imensa quantidade de imagens favorece essa situação. São muitas fotos, mesmo. Mas, ainda que provenientes de locais variados, há em todas algo em comum. Algo que me agrada e elementos que me afastam desse querer. Agora “vendo-depois” entendo um pouco. Nessa foto foi a colcha. Ela, somente ela, me fez parar para olhar. O restante é imitação barata. Cenário, outra vez. A cama de ferro? Tive uma, mas era de verdade. Ferro bem soldado para ter resistência, não “anéis” prendendo os arabescos de enfeite na cabeceira. Vê se pode!

Mais falso? Impossível!

A treliça não é palha, é plástico. As molduras de mdf. Os cabides? Plástico também. As flores nem vou comentar e o tampo de mármore é uma piada. Penso em quem se inspira e ama isso. Não é um ambiente de loja barata. É uma proposta para decoração de quarto executada. Quem escolheria viver em um cenário?

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Qual é a diferença?


Eu olho e acho algumas coisas bonitas. Não sei explicar porque. Reminiscências? Lembranças da época em que fadas, bruxas e dragões voavam pelo meu céu? (Sempre tive uma paixão secreta por dragões, especialmente os de cor azul-ciano.) Talvez. Mas mesmo que tenha uma simpatia pelo tema, pelas cenas, não tentaria transformar minha casa em algo parecido! (Nem de um jeito, nem de outro.)

terça-feira, 20 de abril de 2010

Les jardins de la reine



A pequena vila construída para a rainha brincar de casinha é só um dos exemplos do que foi a excentricidade dos reis franceses. Nem essa foi a maior ou a mais estranha. Le domaine de Marie-Antoniette, com suas casinhas de fantasia e o lago cheio de sapos cantores, nada tem haver com realidade. Como distantes estão da realidade Heart in Provence e Button Willow Cottage. Mergulhar em um mundo de fantasia? Fadas e duendes? Camponesas imaginárias? Pode não ser o mesmo, mas é igual. Gente doida!

Buscando o autor



Estava procurando fundo para apresentação e encontrei essas pinturas. Parecem ter sido feitas em tecido. Amei. Alegrou minha manhã! Apenas um problema:

"Desenhos
AS FIGURAS AQUI PUBLICADAS NÃO SÃO DE MINHA AUTORIA! FORAM COLETADAS NA NET EM SITES ABERTOS AO PÚBLICO
!"
É um blog com coleção de figuras. Embora deixe bem claro que as imagens não são da autora, não há informações sobre a origem dos trabalhos. Acho lamentável que algo feito com tanta dedicação (é o mínimo que se pode dizer das obras apresentadas) não seja reconhecido de modo direto. Encontrei fácil a autoria porque ao salvar os arquivos o nome original foi mantido: http://2.bp.blogspot.com/_QFFARL5A-eU/Srl9UKz-SqI/AAAAAAAAUDQ/ZyUohOyEjJQ/s1600-h/2006_dianeknott_peacefulg_-724232.jpg. Não custa tanto tempo assim colocar pelo menos o nome do artista. A Sra. Daiane Knott merece o meu agradecimento. Merece também mais do meu tempo: vou procurar informações sobre ela. Gostei.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Eu faço o que posso!

Lamentável é que possa tão pouco! Quisera poder levantar e calmamente dizer: Toda essa argumentação é bobagem inócua ou é burrice declarada. Quanto ao texto, pouco importa, ninguém lerá. E se algum desocupado tentar, não entenderá. Então vamos parar por aqui, cada uma para sua sala, já! E faz de conta que isso nunca existiu! Não sendo isso possível, fico quieta e no meu cérebro começa o lá-lá-lá-lá! Abstraio e, na tentativa de ultrapassar o tempo, busco lembrar letras de músicas que nem gosto tanto assim. Agora é: quando não houver mais nada, nem chão ou escada... Será que era essa a estrofe? Mantra era o nome ou já estou inventando? Isso eu adoro: completar com a imaginação o que a memória omite. Particularmente acho que consigo algumas soluções poéticas bem melhores que o original. O exercício de memória com lá-lá-lá-lá, no meio da reunião ("petit-comitéééé" como a fina deixou claro que seria), não rende. Estando em três, a liberdade de pesquisar o-que-der-na-telha fica muito limitada. Postar também é mais difícil. É essencial não se entusiasmar no teclado, digitar somente quando uma parte "importante" tiver sido concluída. Como se fosse registro pessoal do marco atingido! Por isso, mentalmente estou indisponível, como a imagem dessa lontra (ou seja lá que bicho for). Não quero ouvir! Nada mais! Lá-lá-lá-lá, lá-lá-lá-lá ...

Começando bem ...

Sou organizada. Antes de dormir separo roupas para o dia seguinte, tiro comida do freezer, reviso a agenda. Ontem deu vontade de ser menos responsável. Meu primeiro compromisso para hoje me fez pensar P...M...! É para isso que eu vou sair de casa amanhã! Dormi, acordei, lembrei e pensei a mesma coisa. Cheguei e, atrás da cortina de vapor de uma generosa caneca de chá, fui fazer-nada-na-rede. Porque não tem o que fazer. Só esperar. Nessa manhã não sou senhora do meu tempo. Estou dependendo da "bondade alheia". Só posso apostar se a "bondade-alheia" sai da cama às 8:00 ou 8:30. Porque 7:30 (horário marcado pela própria) já vai longe.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Escolhas erradas!

Passando de lá para cá, achei esse blog. Comecei gostando da abertura, mas instantaneamente minha atenção foi desviada para a foto da moça. Ela não é feia, mas fez péssimas escolhas. Parece uma filha das trevas. Vampirizada pelo tratamento “fotochopi” virou figurante do Crepúsculo/Lua Nova. Não é possível saber se a moça é apenas “robusta” ou obesa mesmo. A malha deve ter sido vestida sobre uma segunda pele de neoprene apertadíssimo. Por fim, atendendo a uma recomendação típica das “consultoras de estilo para gordinhas”, resolveu valorizar a “parte mais fina do tórax”. Onde é menor? Logo abaixo da linha do sutiã. Certo! Então amarra o cinto lá!

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Para que isso?


Foto torta me desgosta. Perco a vontade de continuar olhando. Pior ainda, fico querendo dar sermão, perguntar - Qual é o sentido disso? E responder. Só pode ser um: “Não sei enquadrar. Então vou fazer bem diferente?” Ou então, “Isso aqui é uma m..., mas se eu mostrar só esse pedacinho, de ponta cabeça ...
Achei numa pesquisa, uma imagem que gostei.
Toda entusiasmada fui buscar. Encontro o que?
Continuei a procurar? Claro que não! A foto que encontrei na pesquisa deve ter sido um acidente! Agora estou aqui revoltada, quase falando sozinha. Ao trabalho! Porque a diversão do dia já acabou em resmungos...

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Quase uma perversão

Tenho um gosto anômalo, quase criminoso por antes-e-depois. Pode ser qualquer coisa. Se tiver um antes-e-depois, quero ver. Pode ser unha pintada antes-e-depois de usar removedor de esmalte. (Sim, confesso, já acessei postagem para ver resultado disso!). Sempre paro para ver antes-e-depois! Celebridades? Ex-gordas? Ex-magras? Ex-despenteadas? Inventem o que quiserem, eu estarei lá! Minha lista é grande! Decoração de interiores, porém, é meu limite de prazer. Nada me atrai tanto quanto os conjuntos fotos de ambientes antes-depois da passagem do “designer de interiores”.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Depois dessa, só me resta trabalhar!


Maus momentos! Hoje tudo que vi me desgostou. De um modo ou de outro. Só achei blog tosco, com enfeites de pisca-pisca e "figurinhas" animadas. Textos cheios de risadinhas. Uma frase, uma risadinha. O coroamento da atividade foi ter encontrado a mais absurda coleção de fadas mal-feitas que deve existir. Um exagero de brilho purpurínico e falta de senso. Senso de que? De tudo! Nada contra as fadas ou as elfas propriamente, mas as tias que se ligam nessas fantasias são, no mínimo, estranhas. Essa gente talvez precise mesmo de ajuda! Como a pobre fada, olhando entristecida para o defeito congênito raro que tem nos pés (ou será elefantíase?), elas despertam minha piedade, junto com a incredulidade: que alguém faça, entendo... Que alguém compre essa m ... ? Ai, é demais! Vou voltar para o trabalho, porque até o café ficou com um gosto azedo!

Entusiasmo com a primavera ou apenas “sem-noção”?

Uma sala arrumada por uma menina de sete anos é assim. Já vi isso tantas vezes! Na minha casa, em todas as primaveras, até o ano passado. Qualquer recipiente onde coubesse água e flor era usado. Por que mudou? Respondi essa pergunta de modo simples: o senso estético, a capacidade de projetar e executar se tornam mais elaboradas a partir dos 10 anos de idade. Pela quantidade de “propostas” de decoração usando flor+água+qualquer-vidrinho, começo a pensar que minha teoria está errada. Ou, pelo menos, tem uma falha grave. Parte da humanidade não vai ultrapassar os 10 anos de idade? Como assim?

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Vontade de roubar!





Fiquei querendo pegar e usar e abusar! Amei as ilustrações que achei em "labpartners". Deu vontade de fazer coisa-bem-pirata-paraguaia-hong-kong. Sério. Se tivesse (infelizmente não tenho) um tempinho de sobra, dava um jeito de por a lhama e a chita datilografando em camisetas. (Para aplacar a consciência, reduzir a culpa, poria o endereço junto!) Acho que poderia também fazer umas quatro camisetas com o Sr Boudin. Amei!

Receita para alegria: casinhas coloridas


Já disse e não me cansarei de repetir: eu amo o google. Não me importo o quanto e o que falem do objeto do meu amor. De que outro modo poderia achar uma forma tão singela de por alegria no dia? Pequenas casas fizeram minha manhã iniciar mais feliz. No que tiver um tempinho, vou atrás - http://www.labpartners-sf.blogspot.com/ deve ter outras ilustrações bem lindinhas!

domingo, 11 de abril de 2010

Só faltava essa!

Está completo. Nada poderia ser tão inusitado! Minha cunhada virou, de ontem para hoje (literalmente), macrobiota! Meu estoque de paciência terá que ser renovado. O almoço do próximo fim de semana? Já desmarquei! Diante do meu espanto, (Só faltava essa! Agora sim! Pirou de vez! E várias outras exclamações do tipo...) meu marido diz que isso não é o fim. Pode ficar pior ainda. Ela pode continuar macrobiota e, das duas uma: a) virar evangélica, daquelas que não corta cabelo, não depila axila e só usa saia. B) virar hippie, achar uma comunidade para interagir e começar a vender artesanato em feirinha. Dessa vez ele ganhou! Eu não tinha pensado nisso!

Conceitos estranhos


Posso reconhecer que é cultural. Admitir que em outras circunstâncias, em outro ambiente, blá blá blá , blá blá blá... Mas isso não traz compreensão. Quem me explica por que a lata velha de conserva, já amassada e enferrujada vira item de decoração? Por que o balde em estado lamentável é fotografado como destaque? Um móvel criadouro de cupins torna-se a glória em uma sala? Que paixão é essa por tudo que é roto pelo tempo? O que passa na cabeça dessa gente? As perguntas são muitas e aumentam à medida em que passo de uma foto para outra, de um blog para outro. É "assinatura nórdica": ambientes com muito branco e coisas velhas? (Velhas mesmo, não "antigas" ou, como as colegas-peruas a-do-ram dizer, "vintaaage".) Dois pensamentos são inevitáveis sempre que me deparo com blogs desse tipo: O lixo dos meus vizinhos... Essa gente é louca!

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Felizmente não é possível.





Ainda bem que tenho coisas para fazer. Caso contrário estaria confortavelmente instalada na cama, onde também estaria este computador e alguns itens comestíveis como alguma coisa de chocolate e outras coisas também de chocolate. Fazendo o que? Viajando com a senhora Baxter! Vendo um slide show do flickr atrás do outro. “Maratona Viagens da Senhora Baxtes - 24 horas ininterruptas de slide-show”. E acredito que não seria possível ver tudo! Posso dizer que passei o dia vendo as fotos dessa senhora! Ficou aberto o modo “slide-show” para o tag plantas, depois primavera, animais e viagens. Devo reconhecer: a foto da primeira postagem não faz justiça às habilidades dessa fotógrafa amadora. E como ama tirar fotos! Não só das flores, mas de tudo: paisagens de viagem,colegas, animais. Imagino que viva com a câmera no pescoço!

Obrigada Sra Baxter!

Pelas paisagens, animais e flores que mostrou. A senhora tem minha estima sincera e ela jamais será abalada. Sem chances de uma opinião inconveniente, de alguma atitude equivocada ou de uma ação “pouco meritória” desmancharem esse sentimento. Apenas fotos e nada mais. Nenhuma conversa de corredor, reunião ou projeto em comum. Assim é bem mais fácil gostar dos outros!

De graça! Por mero acaso!

A primavera me emociona, sempre. Mesmo que seja dos outros. Mesmo com um foco estranho. (Eu tenho problemas com foco-em-foto.) Essa foto me acalmou. Lembrei da brisa suave e úmida das manhãs de setembro, quando o calor ainda não é desagradável. A casa desfocada e o galho florido foram suficientes para despertar uma simpatia por essa estranha. Faça ela o que fizer, seja quem for, através dessa imagem ganhou minha estima sincera. Só por isso. Não precisa mais.

Inocente ou indecente?

Há um limite, é tênue, mas há um limite. Eu não duvido da existência dessa fronteira. Algumas pessoas têm um dom especial: circular sempre em torno dessa marca instável e fugidia. Uma colega amanheceu muito propositiva. Foi dormir inspirada pela leitura do Sítio do Pica-Pau Amarelo. Achando que fazia grande coisa, comprou a obra original e completa para a filhota de seis anos. Logo descobriu que é uma leitura "um pouco difícil para alguém recém-alfabetizado". Resolveu ajudar e começou a ler para a criança. Escandalizou-se. Ficou chocada com o tratamento dado às questões ambientais, de gênero e étnicas. Dizer o que? (Pois-é!" Por que não le Juddy Moody para ela?) Não bastou. Ela estava inspirada! "Sabe, eu pensei..." (Sempre que ouço esse tipo de introdução em discurso, respiro fundo e me preparo, porque lá vem bomba!) "... que poderíamos fazer um re-apresentação contextualizada dessa obra tão importante. É um símbolo da nossa literatura infantil, mas está muito divergente, descontextualizada, em relação aos valores contemporâneos ...." Chegou mais gente, fui me afastando, ouvindo o discurso aumentar em entusiasmo. Deve ter conseguido algumas adeptas-ineptas-tagarelas que disseminarão a ideia pelos corredores durante o restinho de semana. Agora estou aqui, tentando me livrar da vontade de pensar se a dimensão da ignorância move ou não a fronteira da inocência e, principalmente, esquecer a musiquinha do Sítio do Pica-pau amarelo. Pelo jeito, vou passar o dia com ba-na-na-da de goiaba, goiabada de marmelo, Sítio do Pica Pauuuuu amareeeeeeeeeelô,
Sítio do Pica Pauuu amareeeeeeeeeeeelooooooo...

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Correr contra o tempo? Desista!

Voltou em abril, depois de quase quatro anos afastada para o doutorado. É pouco tempo? É muito? O tempo não tem limites tangíveis. Ao me deparar com a criatura, já não sabia quem era! Quem saiu daqui foi um ser pequeno em forma e conteúdo. Para mim, sem significado. Apenas alguém que passava nos corredores. E estou sendo generosa. Voltou maior em volume, com os cabelos pintados em branco, preto e amarelo, como um porquinho-da-índia tricolor. No corpo, outras marcas mais definitivas da mudança: rosas e crisântemos, junto com bonecas e nomes estampados no braços e pescoço. Orelhas furadas em pontos múltiplos e um piercing no final da sobrancelha. Por vários minutos tive que contemplar esse quadro. Se me pedissem para dar nome à obra, seria simples: "Esforço inútil". É uma senhora, aproximando-se dos cinquenta anos, agarrando-se à ícones do que imagina ser juventude.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Túnel do tempo

Mal começaram as atividades matinais e eu já estava perdida. Batendo na minha caixa craniana (por fora e por dentro) estava a "fruição"! Foi uma palavra muito usada por aqui, mas há décadas não era ouvida. Quando eu estudava, três professores usavam o termo o tempo-todo-e-para-tudo: para um o texto tinha que ser fruição, para outro a aula era fruição professor-aluno e aluno-professor e o terceiro, criatura mais complicada de todas, queria que fruíssemos na sala de aula, e de modo explícito! Com a minha pouca paciência juvenil, o meu desgosoto era imensurável. Cada vez que alguém mencionava essa palavra, fosse em verbo, substantivo ou adjetivo, eu literalmente en-jo-a-va! Pois não é que agora, a maldita fruição retorna, trazida por uma contemporânea minha? Essa infeliz, desajustada, extravagante e sem senso de qualquer tipo, em uma hora usou "fruição" oito vezes. Veio apresentar os projetos do grupo que ela coordena e para cada tema a introdução foi a mesma: "Bom, então a gente resolveu brincar com os conceitos e fazer a fruição dessas concepções. Bom, então foi assim, nós... Juro: se depois disso, algum aluno me perguntar o que é fruição, minha resposta vai ser deselegante! Porque para mim, fruição, nem com álcool!

segunda-feira, 5 de abril de 2010

A vida é mais bonita em fotos

É uma triste verdade. Tudo foi motivo para desavença nesse feriado. Não que tenha havido outro embate glorioso. O da Sexta-Feira Santa, ao que tudo indica, não se repetirá e há de entrar para os registros de recordes da família. As alfinetadas e comentários em “off” foram constantes, mas não são novidades. Sempre existiram e ninguém se importa. São resmungos em cima de resmungos, se perdem na confusão de falas. Ao final de tudo, ainda será lembrada como uma reunião de família “das boas”. Porque estavam todos e todos tiraram fotos e mais fotos. Ah! A fotografia é mágica! O arranjo tosco de cálices com ovos e fitas, que era do tipo “dá-vontade-de-rir-e-chorar”, ficou apresentável quando fotografado bem de pertinho. As crianças monstruosas estavam lindas, agarradinhas em ovos. A sala destruída pela bagunça de horas a fio, ficou cenário de pura alegria com o tapete tomado por papéis coloridos e todas as almofadas jogadas pelos cantos. As cunhadas que quase saíram no tapa, fizeram pose juntas. Foi tão bom, que chamaram o vizinho para que tivesse uma foto com todos reunidos. (Não, elas não sabem regular o timer da máquina! E, além disso, ter um vizinho que testemunhe a felicidade familiar, sempre é bom!)

Os tempos mudaram(III): relatos da Páscoa Bizarra

No sábado, por parte das crianças só se ouvia: Se o Coelho (Sem diminutivos!) não trouxer minha encomenda, ele vai ver. Provoquei: Que encomenda? Como assim? É como Papai Noel, agora? Ouvi a resposta clara e coletiva: "Sim, tia. Agente escreveu na cartinha. Eu quero que ele me traga ..." Segui na minha investigação antropológica, tentando entender a Nova Páscoa: E se ele não trouxer o Kinder Ovo de Pelúcia? A mais meiguinha dentre os cinco me responde: "Dou uns tapas nele!" O mais velho e articulado acrescenta todo vaidoso: "Já temos a armadilha pronta!" ÃÃh?!? Oi? Como “armadilha”? Então me levaram para a sala e mostram uma caixa grande de papelão, sustentada com um pauzinho amarrado em um barbante, embaixo da caixa uma cenoura. No meu tempo a gente deitava mais cedo, na esperança de dormir logo para que o Coelhinho (No diminutivo, sempre!) chegasse logo. Hoje, na véspera do domingo de Páscoa, as crianças da casa estão planejando uma tocaia e sabe-se lá o que mais. Parei de perguntar, fiquei com medo de descobrir.

Brigam as comadres, aparecem as verdades

Relatos de uma Páscoa bizarra!
O churrasco de Páscoa foi a janta de sábado. Sou muito conservadora esse devia ser o almoço do Domingo de Páscoa! Mas, para tudo há uma explicação: a revolta da ala feminina. Não sei porque, mas mulher lesa (E as minhas cinco cunhadas são.) acha que churrasco dá trabalho para homem. Meus cunhados, pela quantidade de latas de cerveja e pelas conversas estavam exaustos! Quando tem churrasco, os homens se sentem o máximo, é verdade. Tornam-se responsáveis pela refeição! Lá na cozinha, uma trabalheira só e “Climão” ... Uma fazia salada de batatas, outra lavava folhas, uma terceira dava jeito no arroz e havia duas “desaparecidas”. Tudo muito cordial é obvio, mas ... Faltava alegria, sobrava olhares e conversas se elevador. Só depois a prima da minha sogra explicou: “Quase se mataram por causa do bacalhau! Foi buniiitu!” E caiu na risada. É daquelas velhas que adora ver o circo pegar fogo. Achei pouco, são fracas das idéias, mas não brigariam por cardápio. Só bem no final da janta comecei a entender o que se passou. O peixe foi só a gota final. As “BFFs” começaram a se estressar por causa dos filhos. Um acertou o outro no nariz e levou uma mordida. Pode ter sido na ordem inversa. O fato é que aqueles meninos que elas criam como demônios (Também pode ser na ordem inversa!) se desentenderam e elas resolveram brigar também. Cada uma puxou sua listinha, desataram a trouxa de roupa suja e espalharam na mesa. Deu bate boca dos bons. Isso tudo no jantar da Sexta-Feira Santa. Que lindo!

Os tempos mudaram (parte II)

Chegamos e encontramos clima total de Páscoa (apesar de ser sábado). Já tinha ovo aberto com uma solene explicação: "O Coelho passou antes, tem muito ovo para entregar!" Tudo bem. O senhor Coelho é muito ocupado. Não podemos nos dar ao luxo de esperar que ele venha no dia. E também, pelo raciocínio instalado nessa “infância moderna”, antes cedo do que tarde. Depois vieram as cenas de sempre, com um detalhe bizarro: dessa vez nenhuma prece! Todos os anos vamos para casa da minha sogra na Páscoa e no Natal. Nessas datas é inevitável um agradecimento, antes da janta e do almoço. Não teve! Que ela está ficando esquecida até entendo, mas... e o resto do povo?

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Os tempos mudaram!

Fomos criados praticando a religião católica-apostólica-romana. E a Páscoa era coisa séria. Televisão, rádio ou toca-disco não funcionavam na Sexta-Feira Santa. Não era para brigar, fazer correria, dar risada. Jesus tinha morrido...
Comentei isso para minha filha, criada por pais ateus. Ficou me olhando com cara de espanto, para depois perguntar: "E quando mudou? Porque hoje só se falou de comida!"
Ela tem razão. Quinze pessoas passaram pela nossa casa e as conversas foram as de um feriado qualquer. O que vamos fazer para o jantar? Como podemos arrumar as mesas? (Ficamos entre duas propostas pesquisadas na rede. Acho que vai ser algo “inspirado” nessa imagem.)

Preparativos para sábado e domingo? Não, para hoje!. Lembrei então que também era dia de jejum para os adultos. Isso antes. Porque nessa Sexta-Feira Santa, é certo que terá camarão com leite de coco, arroz branco e salada de rúcula com tomate seco. Para terminar uma cassata de chocolate. A disputa ficou com o segundo prato quente: como fazer o bacalhau, cujo preço é um crime, segundo as cunhadas. E, por isso, tem que ser bem usado, segundo a minha sogra! (Depois que uma das noras gritou no ouvido dela qual era o valor do kg). Considerando que somos os únicos ateus da família, só posso achar bonita essa vivência religiosa!

A piada velha, bem no espírito da Páscoa atual!

Minha casa é ponto de passagem nos grandes feriados. Três das famílias de cunhados se reuniram aqui, indo para a casa de minha sogra. Dessa vez ela veio junto (estava na caso do filho mais velho). No meio do alarido de tanta gente conversando ao mesmo tempo, ficou claro: ela está completamente surda! A perda de audição seria lamentável, se ela se importasse com isso. Há pelo menos cinco anos, se recusa a procurar auxílio. "Estou bem. Isso é coisa de gente velha! Minha avó e minha mãe também chegaram aos noventa surdas!" Parece que buscava atingir uma condição respeitável e inerente às suas 8 décadas já vividas. Pois bem, conseguiu. De certa forma entendo. Não digo que a inveje. Não é para tanto. Mas ela fala o que bem entende, na hora que quizer e não precisa responder coisa alguma. Sentirá falta de diálogos? Que nada! Sempre foi de falar sozinha e nunca escutou muito os outros. Maldade de nora? Não. ela mesma é que diz isso!

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Revanchismo? Nós? Jamais!

O mandatário recém-eleito começou a fazer visitas. Criatura de pouca habilidade, mas (pelo que se viu) muita prepotência, inicia a reunião com um solene: Esse foi o setor em que minha chapa obteve o menor número de votos. Mas isso em nada influenciará nossas atitudes administrativas ...
Fiquei ouvindo me perguntando: tem alguém aqui acreditando nisso? Que dirigente com alma democrática iniciaria um discurso quase rugindo: SEI QUEM VOCÊS SÃO E SEI O QUE FIZERAM! Obviamente, quando calou a boca, ouviu! Não responder? Por que? Já que estamos no inferno, que nos custa dar um abraço no diabo?