Voltou em abril, depois de quase quatro anos afastada para o doutorado. É pouco tempo? É muito? O tempo não tem limites tangíveis. Ao me deparar com a criatura, já não sabia quem era! Quem saiu daqui foi um ser pequeno em forma e conteúdo. Para mim, sem significado. Apenas alguém que passava nos corredores. E estou sendo generosa. Voltou maior em volume, com os cabelos pintados em branco, preto e amarelo, como um porquinho-da-índia tricolor. No corpo, outras marcas mais definitivas da mudança: rosas e crisântemos, junto com bonecas e nomes estampados no braços e pescoço. Orelhas furadas em pontos múltiplos e um piercing no final da sobrancelha. Por vários minutos tive que contemplar esse quadro. Se me pedissem para dar nome à obra, seria simples: "Esforço inútil". É uma senhora, aproximando-se dos cinquenta anos, agarrando-se à ícones do que imagina ser juventude.
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