Eu respeito a dor (a minha e a alheia).
Respeito tanto que me irrita quando alguém resolve fazer dela um adereço. Olha como a dor me enfeita, valoriza! Não pareço nobre, tão sofredora assim? Vejam como sou sensível! Isso, que vós tolos mortais não percebeis, em mim provoca lacerações profundas! Minha alma chora ante o cotidiano!
As palavras não eram exatamente essas, mas não faria diferença.
Em uma segunda tentativa retomei o termo carpe diem para a primeira aula. Fui parar em um blog (um dos milhares!) que tem esse nome. Comecei então a despencar por entre postagens de uma literatura alucinada, triste, enigmática.
A autora (que também é professora!) expõe cenas de um universo paralelo, onde se vive de modo muito infeliz. A falta de água no corredor é um drama suficiente para atormentar a tarde! Um passeio pela cidade é dor sobre dor!
Teria mudado de blog muito rápido, não fosse a incongruência: o nome do blog é Carpe Diem e tem por objetivo " trazer temas sobre literatura, cinema e atualidades que enriqueçam o cotidiano" .
Confesso que não fui muito longe. Fiquei nas postagens mais recentes. Mesmo dedicando algum tempo às diferentes interpretações que Carpe Diem pode ter, não consigo harmonizar uma com o dito blog!
Ele é um entre vários. Fiz outras visitas através dos comentarios. Constituem uma comunidade, todos escrevem (alguns têm postagens quilométricas) e regularmente se visitam. A impressão é que formam um clubinho de literatura triste. O chá com suspiros de infelicidade e lamentos, acompanhado, é óbvio, de momentos para fortalecimento do ego (me elogias que te elogio em dobro!).
Tive que me lembrar das minhas colegas: Oi-Amiga! Que Linda! Oi-querida! Que elegância!
Nas respostas aos comentários, a saudação final da autora é Carpe Diem. Juro. Não entendi a escolha da expressão ! Terá sido pela sonoridade? Será manifestação humor cínico?(Duvido!)
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