Não ouvir o despertador. (x) Normal. Não conseguir calçar os chinelos. (x) Normal. Levantar sonolenta. (x) Estar atrasada. (x) Normal. Tudo fluindo de modo normal. Até olhar para o espelho de banheiro e não se encontar. Pensar em perguntar: Quem é a senhora? Formalmente a pergunta não foi emitida. Mas ficou martelando por segundos no meu cérebro. A resposta veio das tipuanas com seus galhos sacudidos, folhas verdes brilhantes em total agitação. Vento. Muito vento no dia de hoje (na noite anterior também). Será que o vento desorganizou tanto assim meu cérebro? A ponto de levantar e esperar encontrar alguém com muito menos idade no espelho? Esperava quem no espelho? Eu mesma, mas com treze anos. Ou, no mínimo com duas décadas a menos! Quem é essa senhora quarentona? Ai, ai... Sou eu. Eu com vontade de vestir bermuda, camiseta e chinelo. Roupa de verão. Eu com vontade de passar o dia inteiro no balanço olhando o vento. Ai, ai... Hoje será dia de suspiros profundos. Fiz o possível. Vesti uma camiseta e dirigi com a janela do carro aberta. Cheguei escabelada, mas um pouco mais feliz. Não resolve. Não é o que eu queria, mas reduz o dano. Aproxima, um pouco que seja, o "dia" do "sonho". O sonho mesmo, qual era? Voltar aos treze anos.
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