Tem palavras que não passam pelo meu ouvido sem causar danos. Pelo menos parece. Quando eu ouço "solavanco" , meu tímpano sofre. E, em sinestesia, eu vejo um ônibus velho, em um estrada esburacada. Nada criativo. Tudo muito óbvio.
Hoje, porém, o termo foi alçado a uma categoria maior. No extremo da criatividade, no limite mais longínquo da excentricidade, achei o termo "solavanco".
A rede nos permite isso: divulgações rápidas e baratas sobre tudo e de qualquer lugar. Coisas que niguém lerá. Todos devem ter recebido. Por que ninguém comentou? Porque não leram. Foi para o lixo. Eu abri e estou até agora meio confusa, sem conseguir desviar a mente. Porque apenas a análise de "silêncios e solavancos" em uma obra literária já seria algo no mínimo instigante. Agora, quando a autora da tese reúne no título expressões como "travessia do ser" , "narrativa agônica" e "reverso do êxtase", não é coisa para se esquecer facilmente.
O título da obra? "O reverso da êxtase: silêncios e solavanco na Paixão Segundo G.H. a narrativa agônica na travessia do ser."Isso é imaginação! O resto é tentativa. Clarice Lispector que se cuide!
Nenhum comentário:
Postar um comentário