Silêncio nos corredores. Vazio completo. Raramente, um ou outro bolsista encolhido e apressado passa por aqui. Tudo na mais santa paz esperada para a última semana sem aulas.
Então: toc,toc,toc, seguido do meu berro PODE ENTRAR!!! Abre a porta um aluno, maquiado como palhaço, vestido como palhaço e me pergunta: A senhora é professora?
Do fundo da alma tive vontade de dizer que não! Palhaçada a essa hora da tarde, com esse frio ... Resignada, emiti um desanimado: Sou, sim... Para ouvir não sequência que:
Pois então, professora, amanhã haverá uma reunião organizada pelos sindicatos e diretórios para decidir os rumos da greve do docentes no segundo semestre. Aqui está o convite! Contamos com a senhora amanhã às 9:00! Boa tarde"!
E foi-se! Deixou comigo essa sensação entranha de que algo mais do que isso aconteceu. Fique aqui, perdida em pensamentos vagos e aos poucos as palavras foram tomando um ordem mais definida. Na verdade é genial! Somente um aluno palhaço poderia se prestar à fazer campanha pela grave dos professores. E também, uma greve dos professores seria realmente uma palhaçada! Só mesmo um palhaço, para andar pelos corredores vazios e gelados, procurando professores que estão em férias. Um sindicato que usa meninos vestidos de palhaço, para estimular seus filiados a participar de uma assembléia de greve...
Ai, ai! (Suspiro profundo! Estou me sentindo a Vovó Mafalda!)
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