Cenas de aeroporto: Jesus e as relações trabalhistas (I)

Por um momento o confronto foi interrompido - alguém entrou na loja. Alguém querendo comprar camiseta às sete da manhã. A chefe foi para outra loja? Quantas são da mesma rede? Nunca tinha pensado nisso - mesma administração, marcas e preços diferentes... De fato, comércio é um bom negócio ...
Vi um pouco de tv e quando ia voltar ao livro, volta a chefe! E saem de novo para afrente da loja! Só então entendo - a "chefe" estava como responsável por outra loja ali perto. Do lado de fora vigiava. Novamente me surpreendi - essa mulher se vira - é chefe de comerciários aeroportuários e comerciária aeroportuária!

Voltaram ao ponto onde haviam parado: a funcionária olhando impassível e a chefe repetindo argumentos. Como a primeira não falava, coube a outra desdobrar as ideias. Citou com detalhes  três exemplos de colegas mártires do comércio em aeroportos. O mais chocante foi o Laura no dia das mães! 

A outra, porém, parecia de pedra. Olhar congelado na chefe. 

Depois da terceira rodada de repetições, praticamente entregando os pontos, a chefe solta como último apelo: "Aceita Cris, aceita como Jesus aceitou! Compreende e aceita como o nosso Salvador!"