segunda-feira, 29 de agosto de 2016

PERDIDA EM CURIOSIDADES

Tenho um armário sobrando e não quero me desfazer dele.
Sim, tenho problemas com desapego e isso é de família!
Achei a ideia ótima, até entender que ´não era para o gato dormir, era para a areia.
Como assim? Isso é uma lavanderia ou uma cozinha? Alguém poria o banheiro do gato junto com o armário da cozinha? Que que houve com o piso? Por que tem uma fita adesiva azul na quina do armário? É uma mochila que ficou em cima do tampo? Eu não tenho mesmo mais o que fazer?
Essa é a única que sei responder:Tenho, mas não quero!

COMO INTERPRETAR?

Há coisas que me surpreendem. Ainda bem, enquanto for assim posso dizer que ainda há o que viver! A imagem foi presente e me identifiquei. Não de modo pessoal, eu não faria isso, ainda que goste muito de tricotar. Mas na família, há uma ou duas mulheres que seriam capazes de, na falta de agulhas, usar chaves de fenda.
A minha dúvida é se a imagem representa um momento de superação e proatividade - alguém rompendo os limites da dificuldade  e resolvendo um problema -   ou é uma manifestação de intenso transtorno, reflexo de uma psique transtornada ...
(Se fosse da minha família, com certeza, seria o segundo caso!)

É A MESMA COISA, MAS DIFERENTE

Rendeu desentendimento.
Não são iguais, mas são do mesmo tipo.
Haveria acordo, se uma não quisesse olhar apenas para o formato.
E a outra? A outra só considerava cores e textura.
Fui testemunha das argumentações, no maior desinteresse.
No mundo instagramatizado, domínio da fantasia, são sapatos. Sapatos para fotos. Sapatos para poses. Olho para eles e lembro da Perua Torta, com andar bamboleante, atravessando com passinhos miúdos o estacionamento. A imagem da criatura escolhendo onde por os pés para não tombar, para não trancar o salto entre as pedras do calçamento é uma mensagem bem clara: a vida não cabe nas fotos do Instagram!